sábado, dezembro 30, 2006

2007


ATENÇÃO:

PARTIDA COM DESTINO A 2007!

VOO 003, PORTA 5...


FELIZ ANO ANO NOVO, SEM MÁSCARAS E
NA SIMPLICIDADE DOS DIAS!


Obrigada por me terem vindo a acompanhar nesta caminhada

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Absurdo


Volto à ética. Melhor: à bioética ("bio-ética")
A ética, disciplina filosófica, centrada no domínio científico da vida; a expresssão da consciência pública da humanidade.
Biológicamente a questão é uma, jurídicamente, outra.
A vida.

Do ovo, do peixe, do gato, da couve, do homem ... Ponto final.

É um nível de domínio da autoridade da evidência, onde o sentido da vida se encontra com a realidade.

Depois, bem, depois, as culturas. Mutáveis e diferentes, são reguladas por normas produzidas por um legislador com poder de decidir.
Entre ambas
as questões, urge que fique a coerência entre os interesses e aquilo que é digno de interesse.
E
assim, somos reconduzidos a apreciações subjectivas acerca da criação de valor, do que tem valor.
A ligação entre a nossa finitude e o sentido da vida é desconcertante. Este, emerge da contemplação da morte, da sua inevitabilidade.

Contudo, morrer, ainda não é anacrónico. Faz parte do processo da vida do homo sapiens sapiens.

Não sendo anacrónico, importa dizer que é trágico
morrer antes da idade, sobretudo se fôr evitável.

Nesta quadra, morreram nas estradas portuguesas, 19 pessoas. Um número que não dobra os do ano passado, mas quase.
Vários factores terão contribuído, ou estado na origem, dos acidentes de viação sofridos, de que resultaram estas vítimas mortais (as estradas,a viatura, o cansaço, o alcóol, a distracção, a falta de deztreza, entre tantos outros, como os hábitos absurdos que nunca mudam, mesmo que apregoemos a mutação das culturas, o sentido da vida e o encontro deste com a realidade).


Porque a finalidade do juízo ético é orientar a prática, reflectir sobre a prática, aqui fica, em forma de post mais um apelo à condução segura agora que, de novo, se aproxima mais um período em que grassa a sinistralidade.

sexta-feira, dezembro 22, 2006




É com esta "árvore da vida" da herdeira que vos quero desejar nesta quadra:
Pão, poesia, prosperidade;
Amor, avanço, apostulado;
Zincar, Zigoto, Zina



quinta-feira, dezembro 21, 2006

Desmistificar o amor... amando

O amor não tem História.
Não precisa de História.

Mas tem Teorias.

Trata-se de um fenómeno complexo, abordado por poetas, trovadores, psicanalistas, cientistas, sociólogos, antropológos...
O conceito de amor do mundo Ocidental está eivado das teorias do amor cortês apregoadas pelos Trovadores e encontra-se associado à felicidade, à dor, à verdade ou ao desejo.

Os psicanalistas vêm-no como uma idealização (Freud - "amar como devorar", independente do ódio, e reportam-se a Eros e Narciso), ou como uma sublimação (Lacan - "o sujeito ama para ser amado"), ou como encaixe de neuroses.
A teoria trifactorial agrega os factores intimidade (investimento emocional), paixão (componente motivacional) e compromisso (componente cognitivo).

Por sua vez os cientistas dizem que o amor é biológico;
Os sociólogos falam em afinidades e,
segundo Luhmann, o amor é um meio de comunicação, um código.


E apesar desta desmistificação que se vai fazendo do amor,
da semântica do amor,
eu continuo a defender que o amor é um belo sentimento e que nós temos capacidade de amar.

Não subvertamos ou pervertamos os "índices semióticos" do amor.

Desmistifiquemos o amor, amando.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Acenda-se uma vela! Precisamos de cantar!


A Missa do Galo, é uma de quatro missas que pretendem celebrar o Natal.
Esta missa é celebrada à meia noite, de 24 para 25 de Dezembro, alegadamente coincidente com a hora do nascimento de Jesus.
Terá sido introduzida como liturgia pelos católicos romanos no séc. V (ano 400).
O Galo, simboliza o primeiro animal que teve conhecimento do nascimento de Jesus, ora porque numa versão o presenciou, ora, porque, noutra versão, o terá pressentido, sendo que, ainda noutro registo, cantou três vezes quando Pedro traiu Cristo.
O galo anuncia igualmente o nascer do sol.
Diz a lenda que se o galo cantar à meia noite será prenúncio de boas colheitas.
O dia 25 de Dezembro corresponde ao dia do solstício de Inverno Romano. De acordo com os Evangelhos, o SOL, a luz, significam CONHECIMENTO e VERDADE.

Assim fora.

Mas a verdade é outra: a polissemia das palavras e da própria época em que vivemos, já antecipou a hora da missa do galo e mergulha-nos na desenfreada promiscuidade comercial e na religiosidade prêt-à-porter.
Acenda-se uma vela, pois em vez de luz impera a escuridão.
O galo está doente.
Cantemos nós até perder a voz e esperemos ainda que a luz regresse pela aurora, sem explosões nucleares.

domingo, dezembro 17, 2006

Concentrações
e contas de uma só fada
cântico investido na imensidão da ilógica lógica

O mundo alegórico do teu devaneio
consumindo a derrota de pensar o quanto
deixar a lógica e ainda assim continuar a pensar

Não te restrinjas

Expande o teu compasso

Onde persiste a luta
existe um sonho
sobrevive o pensamento
resiste o Homem

quarta-feira, dezembro 13, 2006

A política/produção legislativa, versus Ética Médica


Muito se discute hoje, a alegada necessidade de adaptação do Código Deontológico dos Médicos, àquilo que se entende dever ser a conduta adequada ao momento político/legislativo relativo à época (de cada país, já agora).
De novo, a questão salta para a ribalta, neste preciso momento, a propósito da prática do aborto/legislação a aplicar caso vença o sim, e, da objecção de consciência.
Não me vou alongar sobre a questão.
De resto ela não é de hoje, nem tem a ver com qualquer
sim ou não saído de um qualquer acto referendário (repetente, de resto).


Mas não posso deixar de dizer o seguinte:

Antes do
Juramento de Hipócrates, já se havia codificado a conduta moral dos médicos. Exemplos de tal codificação, encontramo-los no Código de Hamurabi (nome do rei que governou a Babilónia largo tempo (mais de 40 anos, julga-se) e terá vivido entre 1850 a 1750 a.c), no Livro de Hermes-Toltu do antigo Egipto ou no Código de Manau na Índia.
Hipócrates (ele próprio (?), ou o símbolo de valores de mestres pictóricos), é o ícone da emancipação da Medicina face à religião e à magia de rituais, passando desde então a considerar-se a
Vida um bem natural e, a felicidade humana, o bem supremo. O conceito do bem e do mal serão sempre discutíveis.
Quando o médico quer exercer qualquer acto na pessoa do doente, deve dizer-lhe exactamente em que consiste tal actuação e assegurar-se de que este percebeu, já que, nem sempre aquilo que o primeiro considera ser bom ou mau, vai ao encontro do que o seu interlocutor entende como tal.
Este "
raciocínio" também pode ser lido a partir da iniciativa tomada pelo doente (neste caso grávida, - partimos do princípio de que com uma gestação igual ou inferior a 10 semanas), que se propõe fazer algo (abortar), para o que necessita da colaboração/execução do médico, mas que este considera mal.

A ética é um modo de comportamento humano. Quando o aborto é entendido como eticamente incorrecto (expressão de
Amorim Rosa de Figueiredo in "Consentimento para o Acto Médico"), não há legislação/legalização/despenalização/liberalização, que lhe possa ser sobreposta.

Mas nisto também não há verdades absolutas e, afinal,
a ética é uma ética de discussão. Só que, por que, o Direito é chamado a intervir, surge uma "ética disciplinar", a definir com certeza e segurança o que é, ou não, lícito fazer.
Pelo lado mais positivista, plasmado nas normas do direito sancionatório (disciplinar ou penal), nada mais fácil de solucionar.
Mas como legislar consciências?
Chegados a este ponto, há que tomar em linha de conta a
liberdade. No caso, a liberdade individual para determinar a moral da conduta, para afirmar os próprios princípios, ou seja, reconduzindo-nos à consciência, para a protecção da sua própria consciência e da sua responsabilidade, por decisão própria.
Ora,
mas esta visão não colidirá com a protecção e a salvaguarda da comunidade?
Teríamos de ir fundo, muito fundo na discussão.
Em minha opinião a ética individual em casos de condutas morais tem de prevalecer sobre uma hipotética e alegada ética comunitária que
me esmague a vontade e me trate como coisa!

terça-feira, dezembro 12, 2006



(Quem se lembra?)



O Banco de Portugal foi criado através de decreto régio de Novembro de 1846.
Este, passou a deter o exclusivo da emisssão de notas, por decreto de 1 de Julho de 1891.
Em 1917, passou a emitir notas no valor de 50 centavos, 1 escudo, dois escudos e cinquenta centavos e, dez escudos. Era o nascimento do papel-moeda.


Dinheiro:do latim denarias, moeda romana nascida no tempo da República, cujo valor era de 10 asses.

(vidé on-line: www.portugalmoedas.com.pt.historia.htm)

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Poesia
Onde caminham
O teu compasso
Os teus versos

De que lado estás

Do meu
Do Oeste
Deste
Sul
Ou Norte

Leva-me contigo

Se não podes
Permanecer
Qual a culpa
Entre nós?

sexta-feira, dezembro 08, 2006






Pinturas de João Pedro Nunes


Como ele diz, a arte, a criação é das mais belas formas de fazer amor.
Por isso, quando os dias parecem tristes ou fábricas onde se respiram as noites, peguemos no pincel, nas tintas de mil cores, e da criação há-de sair um arco-íris!


A correspondência entre o Eu
e os actos
a ascenção da sabedoria
a dialéctica da personalidade

Sou Eu quem escreve
na espera que chegues
O punho contido
O nó nesse instante
derivando em
...


palavras


quarta-feira, dezembro 06, 2006

Nuvens

Figuras do imaginário
movidas pelo vento
que arrasaram o pensamento até ao infinito






Negras
carregadas
sombrias como o medo




Leves
claras
como o algodão




Que escondem a luz
e abrem novos momentos



Ausência

Num deserto sem água

Numa noite sem lua

Num país sem nome

Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero

Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.



Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, dezembro 03, 2006



Fotografias · Instituto Geográfico Português

Ponto prévio: Estas (ilustradas nas fotografias), são Ordens Nacionais.
A autora do Post rejeita qualquer semelhança com as pseudo-ordens alegadamente invocadas pelo autor do texto que passa a citar.
Mas lá que o texto é imperdível, lá isso é.


(...)

"Eu não sei se alguém teve, alguma vez, a consciência de entrar numa coisa destas profano e sair iniciado, sábio ou mestre. Não. Estou em crer que nunca ninguém supôs sequer um tal cenário. Nos dias de hoje o que é um Mestre? Um mestre na sua grandiosidade espiritual? Quem é mestre e de quem é mestre? E se o mestre tem consciência de que é um intocável mestre, então não é simplesmente um mestre, é Deus. E quem é Deus? Deus é uma constante ausência que nos faz e nos traz uma grande confusão. Já não há mestres. Deus está em greve. Cansou-se. Frustrou-se perante a sua incompetente obra: o homem. E eram estes incompetentes como homens e que se diziam mestres que me iriam iniciar no caminho da perfeição. O que eles têm é um grande sentido de humor. E isso eu aplaudo. Gozarem que nem uns perdidos à custa de uns toscos que admitem a hipótese de tocar um dia com a ponta dos dedos na face divina do desconhecido. Toscos.
Tu és um tosco, pensava. Mas pensar assim dava-me armas para me defender. Se não morrer desta, vou até ao fim. Vou ver até onde estes tipos levam a coisa. E fui. E tu sabes que fui. Fui até ao fim da carreira dos Augustinhos, dos palhaços e palhacinhos que povoam a Augusta Ordem. Fui até ao fim e testemunhei um dos mais bem congeminados tratados de humor. E eles gozam que nem umas bestas. O cagaço que metiam a quem se metesse com eles. E comentavam as façanhas com aguda satisfação, como se saboreassem com prazer o sumo do prazer pornográfico que se saliva quando se altera o ritmo emocional de alguém. Eles tinham prazer com o medo dos outros, a quem, mais tarde, tratariam por irmãos e repescariam para as suas hostes de malfeitores encartados. Malfeitores de almas. Falsos profetas, tão falsos e tão profetas como o seu próprio lugar comum"
(...)


Excerto do Livro A vida Social dos Ocultistas de Luís Fillipe Sarmento, Âncora Editora, 1.ª edição, Maio de 2000, fls. 62



Recomendo vivamente a leitura deste pedaço de prosa lúcida, audaz, bem humorada, repleta de sentidos e, de linguagem paradoxalmente únivoca, germinada por uma alma de poeta.

sexta-feira, dezembro 01, 2006










(imagem do Publico on line de hoje)

No dia 1º de Dezembro assinala-se a restauração da Independência de Portugal. Falecido o cardeal-rei D. Henrique, em 1580, sem ter designado um sucessor, Filipe II de Espanha, neto do rei português D. Manuel I. Invadiu Portugal e submeteu-o a 60 anos de domínio. Foram três os reis espanhóis que governaram Portugal entre 1580 e 1640 – Filipe I, Filipe II e Filipe III.
A capital do Império passou a ser Madrid e Portugal foi governado como uma Província espanhola.
Como é natural, os portugueses viviam descontentes e compreendiam que só uma revolução bem organizada lhes poderia trazer a libertação.
Assim, no dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos dirigiu-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu Secretário, Miguel de Vasconcelos.
A Duquesa foi presa e o Secretário morto. Foi assim que Portugal recuperou a sua independência, sendo D. João IV,. Duque de Bragança, aclamado rei, com o cognome de "O Restaurador".

Publicado por Ana às dezembro 1, 2004 10:00 AM


(obra da herdeira, claro)


... Move-me
o desejo
de render tributo
à beleza
a justa complementaridade
de cada rosto
em seu corpo
a afirmação singular
da classe
de Ser
...
foi assim no prazer duma certa dor
ou na dor que há em todo o prazer
o instante que tracejou o olhar
e riscou o corpo
a inteireza do homem que sou
o deslizar em que afagas as tardes
e recomeça cada manhã
a leve tristeza da angústia
que lhe assombra o sorriso e a voz

...