segunda-feira, fevereiro 12, 2007

What Kind a World do you want? Até um dia, noutro sítio qualquer, ou ... não


ESTE BLOG ACABA AQUI.
JÁ NÃO TENHO PACHORRA PARA TENTAR SALVAR O MUNDO
.


MATAI-VOS UNS AOS OUTROS!

What Kind a World do you want?


O dia seguinte à escolha dos portugueses

12.02.2007, José Manuel Fernandes

"Os eleitores deram, desta vez, uma maioria confortável ao “sim”. O que significa que a Assembleia da República pode, como foi prometido pela maioria dos partidos, modificar o artigo do Código Penal que criminalizava a interrupção da gravidez a não ser em circunstâncias excepcionais. Por isso, o dia seguinte à escolha dos portugueses é também o dia em que os eleitores devolvem aos seus representantes o direito e o dever de legislar olhando para o futuro e tendo em conta os sinais saídos da campanha. Na verdade é bom estar consciente que os problemas não acabam no momento em que for revisto o famoso artigo do Código Penal. Podem acabar as investigações e os julgamentos, mas não desaparece o país e o povo que, tendo até agora uma lei idêntica à espanhola, aplicavam-na de forma bem distinta. A primeira questão de que se deveriam ocupar os legisladores é, depois de alterado o artigo do Código Penal, de tirar partido da nova realidade para que o número de abortos, agora legais, não aumente, antes diminua. A experiência de outros países mostra que se pode evoluir em direcções diferentes e isso tem muito a ver, por exemplo, com a prevalência de problemas como a gravidez adolescente ou o défice de informação sobre planeamento familiar tanto nos serviços de saúde ou entre as comunidades pior integradas. A experiência de países que têm lidado com situações mais complexas indica que estes problemas não se resolvem apenas nas escolas ou no consultório médico, antes promovendo uma cultura de responsabilidade nas relações de onde possa resultar uma gravidez. Estude-se, neste domínio, o exemplo inglês. A segunda questão que a lei ou a sua regulamentação deveriam prever é a conveniência da interrupção voluntária da gravidez poder ser antecedida por uma consulta de aconselhamento. Por incrível que pareça, há parteiras clandestinas que já o faziam, mesmo podendo perder nessa conversa uma cliente. Práticas deste tipo são regra em muitos países europeus. A terceira questão que não deixará de se colocar é a da objecção de consciência dos médicos. Em França, quando a lei foi introduzida, o tema gerou uma crise e quase levou à dissolução da respectiva Ordem. Ora num país onde os médicos têm de seguir um Código Deontológico que nem contempla as situações despenalizadas desde 1984, são de prever problemas na aplicação em concreto da nova legislação, sobretudo nos serviços públicos. Aqui aconselha-se prudência e persuasão, assim como a utilização do sector privado. A quarta questão remete para as sempre adiadas promessas de ter políticas que contrariem a tendência dos portugueses para terem cada vez menos filhos. Não há qualquer relação directa entre a liberdade dada à mulher para interromper uma gravidez e a necessidade que o país tem de que nasçam mais crianças, pois ninguém é responsável por carregar sozinho um peso que cabe a todos. Há, contudo, necessidade de, agora que desapareceu da agenda um tema que impedia a discussão de outros, tratar de melhorar as condições para uma maternidade e uma paternidade responsáveis e adaptadas às exigências da vida neste início do século XXI. Aí convinha olhar para, por exemplo, os países nórdicos"

(negrito meu)

Ponto de ordem

Caríssimos:
Acabámos de nos revelar uma merda!
Sem capacidade de decisão nem auto-determinação, muito menos responsabilidade.
Estamos falidos sim.
Não há bom-senso, nem autocrítica.
Num país onde mais de 50% da população se demite de ir votar; num país que é uma merda de uma república e onde explicitamente se considera que a CRP é soberana, desrespeitá-la a este ponto é simplesmente ignóbil.
Faço parte de um país nauseabundo.
Morreremos todos sem saber porquê.

domingo, fevereiro 11, 2007

Referendo - AR

FORAM 9 MILHÕES DE EUROS DESPERDIÇADOS PARA AGORA, NUMA LEITURA POLÍTICA DUVIDOSA, SE FAZER O QUE A A.R, DESDE SEMPRE PÔDE FAZER E NÃO TEVE TOMATES!

PAÍS DE M....

Referendo - PR

ESPEREMOS AGORA QUE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA MENTIRA SE ASSUMA E EXERÇA O SEU DIREITO DE VETO!

Resultado do Referendo - Hoje tenho vergonha de ser Portuguesa.

Resulta do art. 115º, nº 11 da C.R.P que, o referendo só tem efeito vinculativo quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento, o mesmo que dizer que a resposta que obtivesse vencimento (o “sim” ou o “não”), só seria susceptível de permitir aos órgãos legislativos que alterassem o actual regime jurídico se votassem mais de cinquenta por cento dos eleitores.

Ora a abstenção neste referendo, foi superior a 50%. Dos que exerceram o seu direito de voto, ganhou o "sim".

Mas quem ganhou foi a abstenção!

Contudo nosso PM prepara-se para afirmar (de novo) que mesmo assim será vinculativo.


Isto é contornar descaradamente o imperativo constitucional. Isto é simplesmente INCONSTITUCIONAL.

Numa época em que por tudo e por nada se invoca a CRP, e entretanto é o próprio governo que institui o seu desrespeito;
Resta dizer:
Estamos num Estado de não-direito.
Impera a mentira, a desonestidade, a hipocrisia.

Viva a inconstitucionalidade.
Que se feche rapidamente o TConstitucional; que se despreze qualquer jurisprudência e doutrina a propósito!
Viva a República da Mentira.
Viva o crime!
A partir de hoje, estejam à vontade. Pilhem, furtem, roubem, matem. As leis estavam subordinadas à CRP. Mas agora, ela NÃO EXISTE!!!!

Hoje tenho uma imensa e profunda vergonha de ser portuguesa!


PS1: um agradecimento especial ao contributo "desinteressado" da CNE nas últimas 2/3 horas antes do fecho das urnas!!! (seria por acaso que adoptou um símbolo em tudo idêntico ao do Bloco de Esquerda?)

PS2: E um agradecimento ainda maior a esse ser frio, calculista, hipócrita e manipulador, que se apresentou na qualidade de Secretário-Geral do PS, mas só por acaso é primeiro Ministro desta República a que chamam de Portugal!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

O resumo da campanha para o referendo de dia 11

A (des)(cons)(tru)(ção) do SIM (IV)

Sou Jurista, sou liberal, alegadamente de direita e.... já agora, monárquica.

E não, não vou votar.


Sobre esta palhaçada de referendo, apraz-me, ainda assim, deixar aqui um excerto do artigo de João Gonçalves (de hoje - ou a estas horas será de ontem?) publicado no DN:

"Este é o derradeiro artigo que escrevo para o Diário de Notícias sobre o referendo deste domingo. Devo esta colaboração casuística a um amável convite da Ana Sá Lopes a quem agradeço com muita amizade. Como “espectador comprometido”, considero que a campanha que termina amanhã não ajudou praticamente nenhum indeciso a decidir-se. Digo-o com pena já que, em 1979, juntamente com António Barreto e José Medeiros Ferreira, fui dos primeiros a defender o referendo como um instrumento de manifestação democrática da cidadania. Os poucos momentos de propaganda a que assisti na televisão não passaram disso mesmo. De propaganda e da pior. Os cartazes que andam para aí espalhados em outdoors para todos os gostos são, na generalidade, de um imenso mau gosto. Nem sequer faltou ao “debate” o “debate”, agora despropositado, sobre a pergunta que estará colocada nos boletins de voto de domingo e que, por igual, deputados adeptos do “sim” e do “não” aprovaram. É manhosa, é ambígua e, para muitas pessoas, seguramente incompreensível. Porém, é a que vai aparecer. Por isso, só uma de duas respostas é possível. Nestes pequenos textos procurei explicar tranquilamente por que se deve votar “não”. A vitória do “não” viabiliza as dúvidas e as incertezas de muitos “sim’s”. Pelo contrário, o sucesso do “sim” - não constituindo uma tragédia como referiu Mário Soares acerca da eventualidade contrária - abre definitivamente as portas a um vaguísssimo “logo se vê” que, num país de “faz de conta”, é, no mínimo, perigoso. E ao “logo se vê”, numa matéria desta natureza, eu digo, sem hesitações, não."

(negrito meu)

Domingo é, para a maioria dos Portugueses que não trabalham aos fins de semana, um dia de merecido descanso.

Descansem, é o meu conselho.


quarta-feira, fevereiro 07, 2007


Imagina que crueldade!
... As árvores abatidas. ...
Na imprudência,

... Na inocência.

Um nunca mais que vicia.

Aprende-se muito sobre os princípios e os fins.


O tempo?!


... Um filho que não nasce.



É tão curto o olhar que outro dia, pensei devolvê-lo aos lírios do remetente.

.... As dúvidas do sim

O PS, o Estado, não sabe, hoje, a 5 dias do referendo, se este, a ser efectuado em serviços de saúde legalmente autorizados (SNS ou privados), será, ou não, pago.

A grande maioria das mulheres ditas desfavorecidas invoca critérios económicos......

domingo, fevereiro 04, 2007

A esmagadora maioria das pessoas foge de si própria!
Meu amor que não tenho
Deixa-me adormecer no fundo dos teus olhos!
Nessa imensa floresta
Onde cantam rouxinóis
A brisa é mansa
E fala de pinheirais e mar
Que atravesso
Nas asas das aves migratórias...
E os rios
Vales de lágrimas de todos os passados
Onde se quedaram sulcos meus
Podem ser fontes
Onde o amor
Venha beber...
Meu amor que não tenho
Nascente de amanhãs
No ocaso dos dias
Nos outonos da vida
Nos recomeços que não espero
Deixa-me descansar
Fronte pousada no teu peito
Onde tudo palpita e acontece;
É imenso o cansaço do tempo
Nos futuros de onde venho...
Meu amor de sempre
Tu, que nunca tive
Deixa-me adormecer no fundo dos teus olhos!...


De, melhor, enviado por, um ilustre desconhecido amigo: Manuel Tomás Gonçalves

A (des)(cons)(tru)(ção) do SIM (III)



"Acabar com o aborto clandestino" dizem eles.

A experiência comparada diz-nos que o problema persiste.
Quer porque a maioria das vezes às 10 semanas muitas vezes nem se sabe ainda que se está grávida, quer porque a maioria dos abortos é feita a partir da 14.ª semana, logo convidando como hoje ao "turismo abortivo" (para paragens onde é possível abortar mais tarde, mesmo que à custa da falsificação intelectual de atestados psiquiátricos, como em Espanha), quer porque não se sabendo o n.º de abortos clandestinos (por definição - sendo clandestino - é impossível saber-se), sabendo-se no entanto, que a manutenção de taxas elevadas de aborto se regista em sociedades ditas avançadas, o que é potenciado pela permissividade da lei.
Quer porque...
Quer porque...
Quer porque...

sábado, fevereiro 03, 2007

A (des)(cons)(tru)(ção) do SIM (II)


"sim, porque sou a favor da vida" dizem eles.

Ontológica, axiológica e biologicamente, não há nenhuma diferenciação que possa estabelecer-se entre o marco das 10 semanas, o restante tempo de gestação até ao nascimento e o resto da vida.
O nascimento, não é mais que uma passagem. Como Loureiro dos Santos lhe chamou, só se quisermos ver a questão sob a óptica de uma "gravidez sob reserva", o que com o estado da arte conhecido, ainda não é possível.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

A (des)(cons)(tru)(ção) do SIM (I)


A vertente económica.
Para acabar de vez com a caricatura e o apelo à Misericórdia:

- Para tanto bastam números. Objectivos.

Estudo-base sobre as práticas de aborto (voluntário) em Portugal, da responsabilidade da Associação para o Planeamento da Família:


14,1% das mulheres apontaram falta de condições económicas para a realização do aborto; as restantes referem motivos como pressões familiares (8,0%) e/ou do marido/companheiro (9,4%), instabilidade conjugal (9,1%), problemas de saúde não enquadráveis na lei (4,2%), idade considerada inadequada (demasiado nova, 17,8%, ou demasiado velha, 2,6%)... ou por não desejar de todo ter filhos (13,2%).