Aves

Tocaram flautas
sem sóis nem sentidos.
... os braços caídos.
Respirou o vento
como um pássaro negro
que voa e que voa
sem o alvorecer na face.

E de novo....o vento

O vento voltou forte!
Desta feita, pleno de raiva da minha mansidão...
Lascivo e demorado Carnaval

...

...
E se os rios fluem sem barcos e,
as árvores cantam sem vento...
...
alguma coisa está violada!
...

Só sei

só sei que olho o céu e os pássaros voam
sobre o mar

e o mar é verde e sereno
como se o mundo tivesse
muitas janelas
pelas quais se espreitasse
o céu azul

... e me é dado crer que há tempo!

Tentativa II

... Indiquei um caminho, mas...
não o segui!

Tentativa

Para alcançar a mansidão
pensei em cobrir-me de véus...
E cobri-me.
Mas...
O vento veio forte
e...
Levou-me os véus!!!

Foi um rio

Foi um rio
o das tuas palavras a surpreenderem-me
a cada margem sinuosa.
um rio, um pássaro,
o mar, um riso,
o cristal súbito do poema.

(...)

fica o rio,
o mar perfeito, um barco,
matizes de azul,
e a memória renovada
dos teus olhos em flor.