Um grifo persegue Adão e Eva
terça-feira, novembro 28, 2006
segunda-feira, novembro 27, 2006
Homenagem a Mário Cesariny
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Aos leitores
Boa? (como dizem hoje os putos?)
Vamos, sim! Com toda a certeza. É só querermos.
Vá lá caros leitores, prossigamos.
Oiçam: Vamos lá VIVER! que se lixe o resto.
sábado, novembro 25, 2006
não burocratizes sensações desejos estados mais puros
não te renegues venda nos olhos trapo atado no que em ti vibra
o acontecido seja o não coartado e não padrões medidas modos
não retires cores densidades fumos frescura odor
não condiciones o real
curto e inesperado
se levanta
deixa-o afirmar
o que é capaz
"o que lhe está no sangue"
paredões retira-os diante caminha por sobre eles
onde no impulso dos passos suspende-te e torna
às longas alamedas pontes que nos traçavam e uniam
quero-te temendo mas buscando essa alegria e medo
o momento do reencontro
onde a tensão das cordas
pode tudo
quinta-feira, novembro 23, 2006
"Se estamos aqui reunidos estou contente. Penso com alegria que tudo quanto escrevi e vivi serviu para nos aproximar. É o primeiro dever do humanista e a fundamental tarefa da inteligência assegurar o conhecimento e o entendimento entre os homens. Bem vale haver lutado e cantado, bem vale haver vivido se o amor me acompanha."
Pablo Neruda, Para nacer he nacido
quarta-feira, novembro 22, 2006
sábado, novembro 18, 2006
sexta-feira, novembro 17, 2006
As 5 manias ou como acabar de vez com a reputação :)
( a pedido da da herdeira)
Pois é Francis, eu que sou mulher de respeitar "compromissos", vou responder à tua "injunção" de elencar 5 manias, ou seja, caio na tentação de tecer a minha própria desgraça:) - são tantas e tão variadas - que a escolha é deveras difícil, confesso.
Assim sendo, utilizo a metodologia mais fácil, desculpar-me-às. Vou pois, falar das minhas primeiras 5 manias, num dia como hoje de trabalho no meu próprio Gabinete. Bastarão 3 horas, para que aconteçam.
Mania 1) Levantar da cama no último segundo de probabilidade razoável de ainda conhseguir cumprir as minhas obrigações matinais (isto pressupõe outras manias a montante, como é óbvio, como por ex. ter as roupinhas preparadas para vestir, a filha rotinada em comer, vestir, lavar, pentear em tempo vertiginoso, e eu contar milimétricamente o tempo meteórico para fazer as rotinas e sair de casa em tais circunstâncias - não mais de 15 minutos; - e manias a jusante: conduzir tão rápido quanto me fôr possível (não permitido) após deixar a filhota e, ir, aumentando o volume de som da rádio até o sentir ensurdecedor);
Mania 2) Sair de casa com guarda-chuva, metê-lo no carro, e, quando estacionado deixá-lo lá, porque "certamente não há-de chover assim tanto" ... estão a imaginar o resultado;
Mania 3) Entrar e cumprimentar toda a gente que me apareça pela frente, com um "como vai" ou equivalente e esperar pela resposta , com um sorriso nos lábios, mesmo que esteja na mais profunda tristeza, angústia, ou revolta;
Mania 4) Entrar no gabinete de trabalho e abrir a janela, faça sol ou faça chuva ( estão a ver a convergência: o cumprimento deixou as pessoas satisfeitas, o frio (ou calor), faz com que elas não desejam senão por motivo de força maior "incomodar-me" e, assim, tenho umas horitas descansada);
Mania 5) Estou a começar com a mania de gostar de vocês. Vai perdurar esta mania....
quinta-feira, novembro 16, 2006
terça-feira, novembro 14, 2006
segunda-feira, novembro 13, 2006
domingo, novembro 12, 2006
John Nash
John Nash, esquizofrénico, génio da matemática, prémio Nobel da Economia em 1994, defendeu uma teoria dos jogos, assente no seguinte:
"O melhor resultado surgirá quando cada elemento do grupo fizer o que é melhor para si e para o grupo".
Assim, a visão oposta, de que cada jogador escolherá a estratégia que proporcione os melhores resultados para si, sem conluio e, sem atender ao bem estar da sociedade ou de qualquer outra parte, faz com que, por vezes, o equilíbrio de
Pergunto:
Esta teoria (tendo embora por base os jogos), não poderia ser aplicada nos mais variados domínios da vida humana, para além da matemática, economia ou contabilidade, com grandes proveitos?
(Se calhar sou eu que estou a ficar esquizofrénica, mas lamentávelmente sem a "mente brilhante" de John Nash. Será?)
quinta-feira, novembro 09, 2006
Angústia
Dói-me tanto!
À minha volta sofre-se e eu sofro.
Porquê?
Porque é que o Belo que eu sinto
já não o é?
A indiferença de novo a renascer
Não com força
Mas com fúria talvez
Afogada no espaço externo
da minha muita vontade
de viver junto à vida
Serei eu capaz de não amar?
Serei eu capaz de amar?