sexta-feira, fevereiro 02, 2007

A (des)(cons)(tru)(ção) do SIM (I)


A vertente económica.
Para acabar de vez com a caricatura e o apelo à Misericórdia:

- Para tanto bastam números. Objectivos.

Estudo-base sobre as práticas de aborto (voluntário) em Portugal, da responsabilidade da Associação para o Planeamento da Família:


14,1% das mulheres apontaram falta de condições económicas para a realização do aborto; as restantes referem motivos como pressões familiares (8,0%) e/ou do marido/companheiro (9,4%), instabilidade conjugal (9,1%), problemas de saúde não enquadráveis na lei (4,2%), idade considerada inadequada (demasiado nova, 17,8%, ou demasiado velha, 2,6%)... ou por não desejar de todo ter filhos (13,2%).

11 comentários:

Cris disse...

É um assunto polémico e pessoal, e esta história do Sim e do Não faz-me lembrar a Santa Inquisição!!!

Bom Fim de Semana!!!

Beijinho

Cris

Fernando Gouveia disse...

Olá, cara que não sabe que nome usar!

O argumento das condições económicas, de facto, não serve como argumento universal (eu nunca o uso). É apenas um dos muitos motivos que levam uma mulher a decidir abortar.

Essa «desconstrução» já eu, apoiante do Sim, a fiz, denunciando exactamente a falácia que é tentar convencer as pessoas de que por trás de um aborto há sempre (ou maioritariamente) dificuldades económicas. Chamei a esse post «Ricochete: a falácia das razões económicas» (convido-a a lê-lo).

Cris disse...

Nop - é um lobo a saltar por cima de uma ovelha ;) LoL

Bjokas

Francis disse...

Só 14%, M? Então, lá chegamos à vertente matemática do debate que pensava não fazer parte dos argumentos humanitários do "NÃO".

Kiss, kiss!

Anónimo disse...

Valha um apoiante do sim lúcido.
Eles não têm um só argumento que seja, a não ser a proclamada liberdade, que se traduz em nada mais que irresponsabilidade.

BR disse...

Minha querida naoseiquenome usar, quanto mais penso neste assunto mais me apetece berrar: Mas será que ninguém entende que a pergunta está mal feita?

Eu não quero ver as mulheres que praticam aborto presas, mas também não quero viver num pais onde se pratique o aborto liberalmente.

Despenalização ou liberalização? Não seria de reescreverem a pergunta? Ou haverá quadradinho para o talvez no boletim de voto?

Abraço,
BR

naoseiquenome usar disse...

Ó querida BR: a pergunta não é inocente, nem está mal feita. Está é feita de forma capiciosa, utilizando uma expressão (despenalização) no texto, que se quer fazer corresponder a outra (liberalização), na prática.
Mas o mais grave, é que, como o legislador não teve coragem p0ara assumir isto, devolveu a p0ergunta ao "povo". E não só não o esclarece dos seus intuitos, como o intoxica, com desinformação.

Abraço!

Anónimo disse...

Será tão dificil entender que esta "discussão" apenas serve para embalar as nossas emoções e adormecer as nossas intenções?
Concentrem as vossas energias em algo que valha a pena, todos os que vão votar sabem o que vão fazer, ou votam contra o Sócrates ou a favor, alguns votam a favor das mulheres...parabéns para esses.
Este blogue era uma vereda que percorria todos os dias, está a tornar-se escorregadia, deve ser das baixas temperaturas...menos de 3º, perigo de gelo.
maria

naoseiquenome usar disse...

ò Maria, lamento desapontá-la.
Na vida e na escrita há ocasiões para tudo.
Nesta fase sinto obrigação de desmontar o que me parece ser uma farsa.
E olhe que nem sequer vou votar com tenho assumido claramente.

Não posso é pactuar com demagogia e desinformação.

Depois de dia 11, voltarei ao "formato" normal.

Um beijo para si.

Anónimo disse...

Para mim como para qualquer pessoa, este é um debate que acompanho diariamente.Em tempos,infelizmente, tive que recorrer a esta pratica...estava no meio do meu divorcio, onde sofri durante alguns anos varias agressões fisicas e verbais.Era jovem e tinha finalmente conseguido libertar-me do monstro que me havia encurralado e agora ali grávida. Como se nao bastasse, a relação que tinha com a sua família há muito tinha deixado de existir.Claro está que eu nao era vista com bons olhos, do qual tambem nao me importava minimamente. Desesperada, sem conhecimento de ninguém ponderei a hipotese de ter ou nao esta criança.
Se por um lado a queria com todas as forças do mundo, por outro sabia-o que a minha vida seria de sofrimento. A minha e mais importante a deste bébé, imaginar sequer que esta criança teria uma vida de sofrimento onde só iria encontrar violencia e disputas.Por muito que ainda hoje me custe e doa,a opção final foi não a ter, foi recorrer ao aborto.Foi uma decisão minha, só minha. Hoje, continuo a saber e ter consciencia que de todas foi a melhor opção.O meu ex marido foi pai passado algum tempo e tudo o que eu imaginava que aconteceria caso tivesse tido esta criança, aconteceu. E agora pergunto? Era correcto depois de tanto sofrimento, continuar e principalmente trazer uma criança ao mundo para também sofrer? Seria correcto eu ser punida com cadeia? Esta foi a decisão mais dificil que tomei até agora e com certeza a mais dificil p o resto da minha vida.

Anónimo disse...

Compreendo a revolta de alguns
de vós, mas também compreendo que só quem passa é que realmente sabe e sente. Quero que me desculpe por o abuso de ter comentado e se for o caso que tente compreender.