A vertente económica.
Para acabar de vez com a caricatura e o apelo à Misericórdia:
- Para tanto bastam números. Objectivos.
Estudo-base sobre as práticas de aborto (voluntário) em Portugal, da responsabilidade da Associação para o Planeamento da Família:
Só 14,1% das mulheres apontaram falta de condições económicas para a realização do aborto; as restantes referem motivos como pressões familiares (8,0%) e/ou do marido/companheiro (9,4%), instabilidade conjugal (9,1%), problemas de saúde não enquadráveis na lei (4,2%), idade considerada inadequada (demasiado nova, 17,8%, ou demasiado velha, 2,6%)... ou por não desejar de todo ter filhos (13,2%).
11 comentários:
É um assunto polémico e pessoal, e esta história do Sim e do Não faz-me lembrar a Santa Inquisição!!!
Bom Fim de Semana!!!
Beijinho
Cris
Olá, cara que não sabe que nome usar!
O argumento das condições económicas, de facto, não serve como argumento universal (eu nunca o uso). É apenas um dos muitos motivos que levam uma mulher a decidir abortar.
Essa «desconstrução» já eu, apoiante do Sim, a fiz, denunciando exactamente a falácia que é tentar convencer as pessoas de que por trás de um aborto há sempre (ou maioritariamente) dificuldades económicas. Chamei a esse post «Ricochete: a falácia das razões económicas» (convido-a a lê-lo).
Nop - é um lobo a saltar por cima de uma ovelha ;) LoL
Bjokas
Só 14%, M? Então, lá chegamos à vertente matemática do debate que pensava não fazer parte dos argumentos humanitários do "NÃO".
Kiss, kiss!
Valha um apoiante do sim lúcido.
Eles não têm um só argumento que seja, a não ser a proclamada liberdade, que se traduz em nada mais que irresponsabilidade.
Minha querida naoseiquenome usar, quanto mais penso neste assunto mais me apetece berrar: Mas será que ninguém entende que a pergunta está mal feita?
Eu não quero ver as mulheres que praticam aborto presas, mas também não quero viver num pais onde se pratique o aborto liberalmente.
Despenalização ou liberalização? Não seria de reescreverem a pergunta? Ou haverá quadradinho para o talvez no boletim de voto?
Abraço,
BR
Ó querida BR: a pergunta não é inocente, nem está mal feita. Está é feita de forma capiciosa, utilizando uma expressão (despenalização) no texto, que se quer fazer corresponder a outra (liberalização), na prática.
Mas o mais grave, é que, como o legislador não teve coragem p0ara assumir isto, devolveu a p0ergunta ao "povo". E não só não o esclarece dos seus intuitos, como o intoxica, com desinformação.
Abraço!
Será tão dificil entender que esta "discussão" apenas serve para embalar as nossas emoções e adormecer as nossas intenções?
Concentrem as vossas energias em algo que valha a pena, todos os que vão votar sabem o que vão fazer, ou votam contra o Sócrates ou a favor, alguns votam a favor das mulheres...parabéns para esses.
Este blogue era uma vereda que percorria todos os dias, está a tornar-se escorregadia, deve ser das baixas temperaturas...menos de 3º, perigo de gelo.
maria
ò Maria, lamento desapontá-la.
Na vida e na escrita há ocasiões para tudo.
Nesta fase sinto obrigação de desmontar o que me parece ser uma farsa.
E olhe que nem sequer vou votar com tenho assumido claramente.
Não posso é pactuar com demagogia e desinformação.
Depois de dia 11, voltarei ao "formato" normal.
Um beijo para si.
Para mim como para qualquer pessoa, este é um debate que acompanho diariamente.Em tempos,infelizmente, tive que recorrer a esta pratica...estava no meio do meu divorcio, onde sofri durante alguns anos varias agressões fisicas e verbais.Era jovem e tinha finalmente conseguido libertar-me do monstro que me havia encurralado e agora ali grávida. Como se nao bastasse, a relação que tinha com a sua família há muito tinha deixado de existir.Claro está que eu nao era vista com bons olhos, do qual tambem nao me importava minimamente. Desesperada, sem conhecimento de ninguém ponderei a hipotese de ter ou nao esta criança.
Se por um lado a queria com todas as forças do mundo, por outro sabia-o que a minha vida seria de sofrimento. A minha e mais importante a deste bébé, imaginar sequer que esta criança teria uma vida de sofrimento onde só iria encontrar violencia e disputas.Por muito que ainda hoje me custe e doa,a opção final foi não a ter, foi recorrer ao aborto.Foi uma decisão minha, só minha. Hoje, continuo a saber e ter consciencia que de todas foi a melhor opção.O meu ex marido foi pai passado algum tempo e tudo o que eu imaginava que aconteceria caso tivesse tido esta criança, aconteceu. E agora pergunto? Era correcto depois de tanto sofrimento, continuar e principalmente trazer uma criança ao mundo para também sofrer? Seria correcto eu ser punida com cadeia? Esta foi a decisão mais dificil que tomei até agora e com certeza a mais dificil p o resto da minha vida.
Compreendo a revolta de alguns
de vós, mas também compreendo que só quem passa é que realmente sabe e sente. Quero que me desculpe por o abuso de ter comentado e se for o caso que tente compreender.
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