Fotografias · Instituto Geográfico Português
Ponto prévio: Estas (ilustradas nas fotografias), são Ordens Nacionais.
A autora do Post rejeita qualquer semelhança com as pseudo-ordens alegadamente invocadas pelo autor do texto que passa a citar.
Mas lá que o texto é imperdível, lá isso é.
(...)Ponto prévio: Estas (ilustradas nas fotografias), são Ordens Nacionais.
A autora do Post rejeita qualquer semelhança com as pseudo-ordens alegadamente invocadas pelo autor do texto que passa a citar.
Mas lá que o texto é imperdível, lá isso é.
"Eu não sei se alguém teve, alguma vez, a consciência de entrar numa coisa destas profano e sair iniciado, sábio ou mestre. Não. Estou em crer que nunca ninguém supôs sequer um tal cenário. Nos dias de hoje o que é um Mestre? Um mestre na sua grandiosidade espiritual? Quem é mestre e de quem é mestre? E se o mestre tem consciência de que é um intocável mestre, então não é simplesmente um mestre, é Deus. E quem é Deus? Deus é uma constante ausência que nos faz e nos traz uma grande confusão. Já não há mestres. Deus está em greve. Cansou-se. Frustrou-se perante a sua incompetente obra: o homem. E eram estes incompetentes como homens e que se diziam mestres que me iriam iniciar no caminho da perfeição. O que eles têm é um grande sentido de humor. E isso eu aplaudo. Gozarem que nem uns perdidos à custa de uns toscos que admitem a hipótese de tocar um dia com a ponta dos dedos na face divina do desconhecido. Toscos.
Tu és um tosco, pensava. Mas pensar assim dava-me armas para me defender. Se não morrer desta, vou até ao fim. Vou ver até onde estes tipos levam a coisa. E fui. E tu sabes que fui. Fui até ao fim da carreira dos Augustinhos, dos palhaços e palhacinhos que povoam a Augusta Ordem. Fui até ao fim e testemunhei um dos mais bem congeminados tratados de humor. E eles gozam que nem umas bestas. O cagaço que metiam a quem se metesse com eles. E comentavam as façanhas com aguda satisfação, como se saboreassem com prazer o sumo do prazer pornográfico que se saliva quando se altera o ritmo emocional de alguém. Eles tinham prazer com o medo dos outros, a quem, mais tarde, tratariam por irmãos e repescariam para as suas hostes de malfeitores encartados. Malfeitores de almas. Falsos profetas, tão falsos e tão profetas como o seu próprio lugar comum"
(...)
Excerto do Livro A vida Social dos Ocultistas de Luís Fillipe Sarmento, Âncora Editora, 1.ª edição, Maio de 2000, fls. 62
Recomendo vivamente a leitura deste pedaço de prosa lúcida, audaz, bem humorada, repleta de sentidos e, de linguagem paradoxalmente únivoca, germinada por uma alma de poeta.
Tu és um tosco, pensava. Mas pensar assim dava-me armas para me defender. Se não morrer desta, vou até ao fim. Vou ver até onde estes tipos levam a coisa. E fui. E tu sabes que fui. Fui até ao fim da carreira dos Augustinhos, dos palhaços e palhacinhos que povoam a Augusta Ordem. Fui até ao fim e testemunhei um dos mais bem congeminados tratados de humor. E eles gozam que nem umas bestas. O cagaço que metiam a quem se metesse com eles. E comentavam as façanhas com aguda satisfação, como se saboreassem com prazer o sumo do prazer pornográfico que se saliva quando se altera o ritmo emocional de alguém. Eles tinham prazer com o medo dos outros, a quem, mais tarde, tratariam por irmãos e repescariam para as suas hostes de malfeitores encartados. Malfeitores de almas. Falsos profetas, tão falsos e tão profetas como o seu próprio lugar comum"
(...)
Excerto do Livro A vida Social dos Ocultistas de Luís Fillipe Sarmento, Âncora Editora, 1.ª edição, Maio de 2000, fls. 62
Recomendo vivamente a leitura deste pedaço de prosa lúcida, audaz, bem humorada, repleta de sentidos e, de linguagem paradoxalmente únivoca, germinada por uma alma de poeta.
11 comentários:
Quantos comendadores destes, com comenda ou sem ela pululam à nossa volta?
E é vê-los a gozar connosco de tão toscos que nós somos.
E como toscos continuam a ser os que conseguem arrebanhar para a sua "ordem"...
Mas são todos senhores comendadores.
E pronto.
a revolução não existiu, começo a pensar que o Otelo tinha razão com aquela de levar uns quantos para o Campo Pequeno. Mas na época não achei boa ideia. Por outro lado quem era fosse quem fosse para levar quem fosse para onde fosse e fazer-lhe o quê?
Mas que alguns deviam ter sido levados deviam. O problema era saber quais.
Gostei do texto.
Quanto as essas "Ordens nacionais" perderan todo o valor (se alguma vez o tiveram). São distribuídas na farinha do Amparo a 1 Euro, o pacote!
Um beijo (já me passou a zanga :-)
Deviam instituir mais comendas e honrarias, a malta gosta é disso.
Querida NSQNU, convido-te a passar no meu outro canto:
http://constelacao-das-letras.blogspot.com
Abraço,
BR
Dizia alguém em comentário ao post anterior, que a sexualidade já não é o que era.
Eu digo que a Maçonaria/Opus Dei já não são o que eram :)
Não se perde nada em ler....
Bjos
Cris
Obrigada querida BR!
Passarei com toda a certeza!
desculpem o meu desacordo mas ainda existem muitas que levam dinheiro ao pessoal bem levado.
de qualquer modo há muita gente que faz o pino por uma medalha. sai mais baratinho que um aumento.
se fosse dona de uma empre grande, arranjava logo uma ordem e punha-os na ordem, ora nem mais!
Acredito que , na sua época,estas ordens tenham sido criadas em nome de causas nobres.
Na actualidade não surgem a cada esquina Ligas ou Associações que lutam tambem por "causas nobres" e cada uma não apresenta um simbolo que coloca á venda em epocas bem determinadas.
Pois é! Sinto-me desenquadrada: perante um condecorado ou homenagiado bato palmas, abro um sorriso e caem-me as lágrimas; recuso-me a doar um centimo que seja ás "causas nobres" de hoje, porque tenho duvidas, muitas duvidas do seu verdadeiro significado. :)
Registei esta excelente sugestão. O texto está brilhante de clarividência e humor!
Saudações infernais!
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