terça-feira, novembro 22, 2005

À noite


À noite o sonho estende as suas redes de evasão
e eu sou o cavaleiro da madrugada
que rasga ruas e estradas e leva o sol de novo a casa.
Acordo para a escuridão e abraço o tempo
como o velho benfeitor da ilusão - enfrento o clarão
impiedoso como se florisse um cardo à beira de um abismo.
Por isso entranço a esperança e firo a cidade
com a teimosia do meu olhar - entre gabinetes climatizados
e olhos que são punhais cravando o não - insisto
tenho esta força de pensar, estas mãos para ocupar…

6 comentários:

Português desiludido disse...

Muito interessante o post sobre o Carlos Paião no "Faro este"!
1bj
Pedro

naoseiquenome usar disse...

Pedro:
vivemos na ERA da Experiênciação e do Prazer um pouco gratuitos.
... Ainda Havemos de superar as nossass violentações (vindas dabe DEUS e só Ele de onde)!
Oiça: sem respostas inúteis tem mantido uma verticalidade invejável!
..... Agora só desejo que estrela perdure por aí e que o meu amigo possa sentir-se em paz com os homens e... (sabe-se lá com quem).
Um abraço fraterno.

Francis disse...

Escreves lindamente. Já pensaste tentar apresentar-te numa Editora?

naoseiquenome usar disse...

Oh Francis! Bondade a tua. São coisas soltas, fragmentos de mim e da vida. ... mas sim, gostava um dia de fazer uma coisa estruturada. O pior é o tempo. A minha vida é quase explosiva em questão de (falta de) tempo.
Talvez um dia.
Um beijo

O Sousa da Ponte - João Melo de Sousa disse...

Já te adicionei ao Sousa da Ponte, canudo !
Continua a escrever bem...
Um beijo

Anónimo disse...

gabinetes climatizados... não como punhais?gostei...bela vida...e boas metaforas ...mas es genial...e simpatizo contigo bjs...