sábado, dezembro 30, 2006

2007


ATENÇÃO:

PARTIDA COM DESTINO A 2007!

VOO 003, PORTA 5...


FELIZ ANO ANO NOVO, SEM MÁSCARAS E
NA SIMPLICIDADE DOS DIAS!


Obrigada por me terem vindo a acompanhar nesta caminhada

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Absurdo


Volto à ética. Melhor: à bioética ("bio-ética")
A ética, disciplina filosófica, centrada no domínio científico da vida; a expresssão da consciência pública da humanidade.
Biológicamente a questão é uma, jurídicamente, outra.
A vida.

Do ovo, do peixe, do gato, da couve, do homem ... Ponto final.

É um nível de domínio da autoridade da evidência, onde o sentido da vida se encontra com a realidade.

Depois, bem, depois, as culturas. Mutáveis e diferentes, são reguladas por normas produzidas por um legislador com poder de decidir.
Entre ambas
as questões, urge que fique a coerência entre os interesses e aquilo que é digno de interesse.
E
assim, somos reconduzidos a apreciações subjectivas acerca da criação de valor, do que tem valor.
A ligação entre a nossa finitude e o sentido da vida é desconcertante. Este, emerge da contemplação da morte, da sua inevitabilidade.

Contudo, morrer, ainda não é anacrónico. Faz parte do processo da vida do homo sapiens sapiens.

Não sendo anacrónico, importa dizer que é trágico
morrer antes da idade, sobretudo se fôr evitável.

Nesta quadra, morreram nas estradas portuguesas, 19 pessoas. Um número que não dobra os do ano passado, mas quase.
Vários factores terão contribuído, ou estado na origem, dos acidentes de viação sofridos, de que resultaram estas vítimas mortais (as estradas,a viatura, o cansaço, o alcóol, a distracção, a falta de deztreza, entre tantos outros, como os hábitos absurdos que nunca mudam, mesmo que apregoemos a mutação das culturas, o sentido da vida e o encontro deste com a realidade).


Porque a finalidade do juízo ético é orientar a prática, reflectir sobre a prática, aqui fica, em forma de post mais um apelo à condução segura agora que, de novo, se aproxima mais um período em que grassa a sinistralidade.

sexta-feira, dezembro 22, 2006




É com esta "árvore da vida" da herdeira que vos quero desejar nesta quadra:
Pão, poesia, prosperidade;
Amor, avanço, apostulado;
Zincar, Zigoto, Zina



quinta-feira, dezembro 21, 2006

Desmistificar o amor... amando

O amor não tem História.
Não precisa de História.

Mas tem Teorias.

Trata-se de um fenómeno complexo, abordado por poetas, trovadores, psicanalistas, cientistas, sociólogos, antropológos...
O conceito de amor do mundo Ocidental está eivado das teorias do amor cortês apregoadas pelos Trovadores e encontra-se associado à felicidade, à dor, à verdade ou ao desejo.

Os psicanalistas vêm-no como uma idealização (Freud - "amar como devorar", independente do ódio, e reportam-se a Eros e Narciso), ou como uma sublimação (Lacan - "o sujeito ama para ser amado"), ou como encaixe de neuroses.
A teoria trifactorial agrega os factores intimidade (investimento emocional), paixão (componente motivacional) e compromisso (componente cognitivo).

Por sua vez os cientistas dizem que o amor é biológico;
Os sociólogos falam em afinidades e,
segundo Luhmann, o amor é um meio de comunicação, um código.


E apesar desta desmistificação que se vai fazendo do amor,
da semântica do amor,
eu continuo a defender que o amor é um belo sentimento e que nós temos capacidade de amar.

Não subvertamos ou pervertamos os "índices semióticos" do amor.

Desmistifiquemos o amor, amando.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Acenda-se uma vela! Precisamos de cantar!


A Missa do Galo, é uma de quatro missas que pretendem celebrar o Natal.
Esta missa é celebrada à meia noite, de 24 para 25 de Dezembro, alegadamente coincidente com a hora do nascimento de Jesus.
Terá sido introduzida como liturgia pelos católicos romanos no séc. V (ano 400).
O Galo, simboliza o primeiro animal que teve conhecimento do nascimento de Jesus, ora porque numa versão o presenciou, ora, porque, noutra versão, o terá pressentido, sendo que, ainda noutro registo, cantou três vezes quando Pedro traiu Cristo.
O galo anuncia igualmente o nascer do sol.
Diz a lenda que se o galo cantar à meia noite será prenúncio de boas colheitas.
O dia 25 de Dezembro corresponde ao dia do solstício de Inverno Romano. De acordo com os Evangelhos, o SOL, a luz, significam CONHECIMENTO e VERDADE.

Assim fora.

Mas a verdade é outra: a polissemia das palavras e da própria época em que vivemos, já antecipou a hora da missa do galo e mergulha-nos na desenfreada promiscuidade comercial e na religiosidade prêt-à-porter.
Acenda-se uma vela, pois em vez de luz impera a escuridão.
O galo está doente.
Cantemos nós até perder a voz e esperemos ainda que a luz regresse pela aurora, sem explosões nucleares.

domingo, dezembro 17, 2006

Concentrações
e contas de uma só fada
cântico investido na imensidão da ilógica lógica

O mundo alegórico do teu devaneio
consumindo a derrota de pensar o quanto
deixar a lógica e ainda assim continuar a pensar

Não te restrinjas

Expande o teu compasso

Onde persiste a luta
existe um sonho
sobrevive o pensamento
resiste o Homem

quarta-feira, dezembro 13, 2006

A política/produção legislativa, versus Ética Médica


Muito se discute hoje, a alegada necessidade de adaptação do Código Deontológico dos Médicos, àquilo que se entende dever ser a conduta adequada ao momento político/legislativo relativo à época (de cada país, já agora).
De novo, a questão salta para a ribalta, neste preciso momento, a propósito da prática do aborto/legislação a aplicar caso vença o sim, e, da objecção de consciência.
Não me vou alongar sobre a questão.
De resto ela não é de hoje, nem tem a ver com qualquer
sim ou não saído de um qualquer acto referendário (repetente, de resto).


Mas não posso deixar de dizer o seguinte:

Antes do
Juramento de Hipócrates, já se havia codificado a conduta moral dos médicos. Exemplos de tal codificação, encontramo-los no Código de Hamurabi (nome do rei que governou a Babilónia largo tempo (mais de 40 anos, julga-se) e terá vivido entre 1850 a 1750 a.c), no Livro de Hermes-Toltu do antigo Egipto ou no Código de Manau na Índia.
Hipócrates (ele próprio (?), ou o símbolo de valores de mestres pictóricos), é o ícone da emancipação da Medicina face à religião e à magia de rituais, passando desde então a considerar-se a
Vida um bem natural e, a felicidade humana, o bem supremo. O conceito do bem e do mal serão sempre discutíveis.
Quando o médico quer exercer qualquer acto na pessoa do doente, deve dizer-lhe exactamente em que consiste tal actuação e assegurar-se de que este percebeu, já que, nem sempre aquilo que o primeiro considera ser bom ou mau, vai ao encontro do que o seu interlocutor entende como tal.
Este "
raciocínio" também pode ser lido a partir da iniciativa tomada pelo doente (neste caso grávida, - partimos do princípio de que com uma gestação igual ou inferior a 10 semanas), que se propõe fazer algo (abortar), para o que necessita da colaboração/execução do médico, mas que este considera mal.

A ética é um modo de comportamento humano. Quando o aborto é entendido como eticamente incorrecto (expressão de
Amorim Rosa de Figueiredo in "Consentimento para o Acto Médico"), não há legislação/legalização/despenalização/liberalização, que lhe possa ser sobreposta.

Mas nisto também não há verdades absolutas e, afinal,
a ética é uma ética de discussão. Só que, por que, o Direito é chamado a intervir, surge uma "ética disciplinar", a definir com certeza e segurança o que é, ou não, lícito fazer.
Pelo lado mais positivista, plasmado nas normas do direito sancionatório (disciplinar ou penal), nada mais fácil de solucionar.
Mas como legislar consciências?
Chegados a este ponto, há que tomar em linha de conta a
liberdade. No caso, a liberdade individual para determinar a moral da conduta, para afirmar os próprios princípios, ou seja, reconduzindo-nos à consciência, para a protecção da sua própria consciência e da sua responsabilidade, por decisão própria.
Ora,
mas esta visão não colidirá com a protecção e a salvaguarda da comunidade?
Teríamos de ir fundo, muito fundo na discussão.
Em minha opinião a ética individual em casos de condutas morais tem de prevalecer sobre uma hipotética e alegada ética comunitária que
me esmague a vontade e me trate como coisa!

terça-feira, dezembro 12, 2006



(Quem se lembra?)



O Banco de Portugal foi criado através de decreto régio de Novembro de 1846.
Este, passou a deter o exclusivo da emisssão de notas, por decreto de 1 de Julho de 1891.
Em 1917, passou a emitir notas no valor de 50 centavos, 1 escudo, dois escudos e cinquenta centavos e, dez escudos. Era o nascimento do papel-moeda.


Dinheiro:do latim denarias, moeda romana nascida no tempo da República, cujo valor era de 10 asses.

(vidé on-line: www.portugalmoedas.com.pt.historia.htm)

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Poesia
Onde caminham
O teu compasso
Os teus versos

De que lado estás

Do meu
Do Oeste
Deste
Sul
Ou Norte

Leva-me contigo

Se não podes
Permanecer
Qual a culpa
Entre nós?

sexta-feira, dezembro 08, 2006






Pinturas de João Pedro Nunes


Como ele diz, a arte, a criação é das mais belas formas de fazer amor.
Por isso, quando os dias parecem tristes ou fábricas onde se respiram as noites, peguemos no pincel, nas tintas de mil cores, e da criação há-de sair um arco-íris!


A correspondência entre o Eu
e os actos
a ascenção da sabedoria
a dialéctica da personalidade

Sou Eu quem escreve
na espera que chegues
O punho contido
O nó nesse instante
derivando em
...


palavras


quarta-feira, dezembro 06, 2006

Nuvens

Figuras do imaginário
movidas pelo vento
que arrasaram o pensamento até ao infinito






Negras
carregadas
sombrias como o medo




Leves
claras
como o algodão




Que escondem a luz
e abrem novos momentos



Ausência

Num deserto sem água

Numa noite sem lua

Num país sem nome

Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero

Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.



Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, dezembro 03, 2006



Fotografias · Instituto Geográfico Português

Ponto prévio: Estas (ilustradas nas fotografias), são Ordens Nacionais.
A autora do Post rejeita qualquer semelhança com as pseudo-ordens alegadamente invocadas pelo autor do texto que passa a citar.
Mas lá que o texto é imperdível, lá isso é.


(...)

"Eu não sei se alguém teve, alguma vez, a consciência de entrar numa coisa destas profano e sair iniciado, sábio ou mestre. Não. Estou em crer que nunca ninguém supôs sequer um tal cenário. Nos dias de hoje o que é um Mestre? Um mestre na sua grandiosidade espiritual? Quem é mestre e de quem é mestre? E se o mestre tem consciência de que é um intocável mestre, então não é simplesmente um mestre, é Deus. E quem é Deus? Deus é uma constante ausência que nos faz e nos traz uma grande confusão. Já não há mestres. Deus está em greve. Cansou-se. Frustrou-se perante a sua incompetente obra: o homem. E eram estes incompetentes como homens e que se diziam mestres que me iriam iniciar no caminho da perfeição. O que eles têm é um grande sentido de humor. E isso eu aplaudo. Gozarem que nem uns perdidos à custa de uns toscos que admitem a hipótese de tocar um dia com a ponta dos dedos na face divina do desconhecido. Toscos.
Tu és um tosco, pensava. Mas pensar assim dava-me armas para me defender. Se não morrer desta, vou até ao fim. Vou ver até onde estes tipos levam a coisa. E fui. E tu sabes que fui. Fui até ao fim da carreira dos Augustinhos, dos palhaços e palhacinhos que povoam a Augusta Ordem. Fui até ao fim e testemunhei um dos mais bem congeminados tratados de humor. E eles gozam que nem umas bestas. O cagaço que metiam a quem se metesse com eles. E comentavam as façanhas com aguda satisfação, como se saboreassem com prazer o sumo do prazer pornográfico que se saliva quando se altera o ritmo emocional de alguém. Eles tinham prazer com o medo dos outros, a quem, mais tarde, tratariam por irmãos e repescariam para as suas hostes de malfeitores encartados. Malfeitores de almas. Falsos profetas, tão falsos e tão profetas como o seu próprio lugar comum"
(...)


Excerto do Livro A vida Social dos Ocultistas de Luís Fillipe Sarmento, Âncora Editora, 1.ª edição, Maio de 2000, fls. 62



Recomendo vivamente a leitura deste pedaço de prosa lúcida, audaz, bem humorada, repleta de sentidos e, de linguagem paradoxalmente únivoca, germinada por uma alma de poeta.

sexta-feira, dezembro 01, 2006










(imagem do Publico on line de hoje)

No dia 1º de Dezembro assinala-se a restauração da Independência de Portugal. Falecido o cardeal-rei D. Henrique, em 1580, sem ter designado um sucessor, Filipe II de Espanha, neto do rei português D. Manuel I. Invadiu Portugal e submeteu-o a 60 anos de domínio. Foram três os reis espanhóis que governaram Portugal entre 1580 e 1640 – Filipe I, Filipe II e Filipe III.
A capital do Império passou a ser Madrid e Portugal foi governado como uma Província espanhola.
Como é natural, os portugueses viviam descontentes e compreendiam que só uma revolução bem organizada lhes poderia trazer a libertação.
Assim, no dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos dirigiu-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu Secretário, Miguel de Vasconcelos.
A Duquesa foi presa e o Secretário morto. Foi assim que Portugal recuperou a sua independência, sendo D. João IV,. Duque de Bragança, aclamado rei, com o cognome de "O Restaurador".

Publicado por Ana às dezembro 1, 2004 10:00 AM


(obra da herdeira, claro)


... Move-me
o desejo
de render tributo
à beleza
a justa complementaridade
de cada rosto
em seu corpo
a afirmação singular
da classe
de Ser
...
foi assim no prazer duma certa dor
ou na dor que há em todo o prazer
o instante que tracejou o olhar
e riscou o corpo
a inteireza do homem que sou
o deslizar em que afagas as tardes
e recomeça cada manhã
a leve tristeza da angústia
que lhe assombra o sorriso e a voz

...


quarta-feira, novembro 29, 2006

As mãos deram-se nas areias
Um grifo persegue Adão e Eva

terça-feira, novembro 28, 2006

Estilhaçar
a inerte neutralidade
passante
vestir
em confiança
a construção do real
a hora
a labareda do instante
"aprender sempre"

segunda-feira, novembro 27, 2006

Homenagem a Mário Cesariny

Em todas as ruas te encontro

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

BOM DIA !


Aos leitores

Um dia ainda vou ser feliz!
Boa? (como dizem hoje os putos?)
Vamos, sim! Com toda a certeza. É só querermos.
Vá lá caros leitores, prossigamos.
Oiçam: Vamos lá VIVER! que se lixe o resto.

sábado, novembro 25, 2006

Não te furtes a ti própria
não burocratizes sensações desejos estados mais puros
não te renegues venda nos olhos trapo atado no que em ti vibra
o acontecido seja o não coartado e não padrões medidas modos
não retires cores densidades fumos frescura odor
não condiciones o real
curto e inesperado
se levanta
deixa-o afirmar
o que é capaz
"o que lhe está no sangue"
paredões retira-os diante caminha por sobre eles
onde no impulso dos passos suspende-te e torna
às longas alamedas pontes que nos traçavam e uniam
quero-te temendo mas buscando essa alegria e medo
o momento do reencontro
onde a tensão das cordas
pode tudo

"Para nós, que nos educamos no culto do respeito pelo homem, têm muito valor os simples encontros que se transformam, por vezes, em festas maravilhosas "


Saint-Exupery

quinta-feira, novembro 23, 2006


"Se estamos aqui reunidos estou contente. Penso com alegria que tudo quanto escrevi e vivi serviu para nos aproximar. É o primeiro dever do humanista e a fundamental tarefa da inteligência assegurar o conhecimento e o entendimento entre os homens. Bem vale haver lutado e cantado, bem vale haver vivido se o amor me acompanha."


Pablo Neruda, Para nacer he nacido



quarta-feira, novembro 22, 2006

A janela é facto
(também)
principal
interiorina
e Ser
Nela te lanças
no espaço
e ângulos
podendo sentir
o peso
equilibrado
e Livre
ou Presa
diante das ilusões
que passam
por ela

terça-feira, novembro 21, 2006


Exprime-se
nos nossos olhares
a preocupação do simples
do essencial


Rimo-nos forçados por vezes

sábado, novembro 18, 2006

Trigo limpo
peneira boa
destro saber
acreditar
separar
trigo e joio

a indizível cristalinidade

sexta-feira, novembro 17, 2006

As 5 manias ou como acabar de vez com a reputação :)





( a pedido da da herdeira)


Pois é Francis, eu que sou mulher de respeitar "compromissos", vou responder à tua "injunção" de elencar 5 manias, ou seja, caio na tentação de tecer a minha própria desgraça:) - são tantas e tão variadas - que a escolha é deveras difícil, confesso.

Assim sendo, utilizo a metodologia mais fácil, desculpar-me-às. Vou pois, falar das minhas primeiras 5 manias, num dia como hoje de trabalho no meu próprio Gabinete. Bastarão 3 horas, para que aconteçam.

Mania 1) Levantar da cama no último segundo de probabilidade razoável de ainda conhseguir cumprir as minhas obrigações matinais (isto pressupõe outras manias a montante, como é óbvio, como por ex. ter as roupinhas preparadas para vestir, a filha rotinada em comer, vestir, lavar, pentear em tempo vertiginoso, e eu contar milimétricamente o tempo meteórico para fazer as rotinas e sair de casa em tais circunstâncias - não mais de 15 minutos; - e manias a jusante: conduzir tão rápido quanto me fôr possível (não permitido) após deixar a filhota e, ir, aumentando o volume de som da rádio até o sentir ensurdecedor);

Mania 2) Sair de casa com guarda-chuva, metê-lo no carro, e, quando estacionado deixá-lo lá, porque "certamente não há-de chover assim tanto" ... estão a imaginar o resultado;

Mania 3) Entrar e cumprimentar toda a gente que me apareça pela frente, com um "como vai" ou equivalente e esperar pela resposta , com um sorriso nos lábios, mesmo que esteja na mais profunda tristeza, angústia, ou revolta;

Mania 4) Entrar no gabinete de trabalho e abrir a janela, faça sol ou faça chuva ( estão a ver a convergência: o cumprimento deixou as pessoas satisfeitas, o frio (ou calor), faz com que elas não desejam senão por motivo de força maior "incomodar-me" e, assim, tenho umas horitas descansada);

Mania 5) Estou a começar com a mania de gostar de vocês. Vai perdurar esta mania....

quinta-feira, novembro 16, 2006

Ultimamente os dias morrem-me na linha dos lábios, abrasando cada som esboçado, tardando a revelar-se.

Penso em como atravessar a vida, sem magoar o corpo em todas as noites repousadas no interior dos dias.

terça-feira, novembro 14, 2006

Caminhada

Trago-lhe rosa como memória da precaridade
da beleza
e dos encontros
o movimento continua
da expectativa gorada
ao real concreto

segunda-feira, novembro 13, 2006

SONHO



Todos os dias deixo na almofada
sonhos para ti
No mês de Maio

sonhei
com o mês de Abril ...

domingo, novembro 12, 2006

John Nash

John Nash, esquizofrénico, génio da matemática, prémio Nobel da Economia em 1994, defendeu uma teoria dos jogos, assente no seguinte:

"O melhor resultado surgirá quando cada elemento do grupo fizer o que é melhor para si e para o grupo".


Assim, a visão oposta, de que cada jogador escolherá a estratégia que proporcione os melhores resultados para si, sem conluio e, sem atender ao bem estar da sociedade ou de qualquer outra parte, faz com que, por vezes, o equilíbrio de Nash, seja, também, conhecido como equilíbrio não cooperativo.

Pergunto:

Esta teoria (tendo embora por base os jogos), não poderia ser aplicada nos mais variados domínios da vida humana, para além da matemática, economia ou contabilidade, com grandes proveitos?

(Se calhar sou eu que estou a ficar esquizofrénica, mas lamentávelmente sem a "mente brilhante" de John Nash. Será?)


quinta-feira, novembro 09, 2006

Angústia

Dói-me.

Dói-me tanto!

À minha volta sofre-se e eu sofro.

Porquê?

Porque é que o Belo que eu sinto

já não o é?



A indiferença de novo a renascer

Não com força

Mas com fúria talvez



Afogada no espaço externo

da minha muita vontade

de viver junto à vida



Serei eu capaz de não amar?

Serei eu capaz de amar?

terça-feira, novembro 07, 2006





Como o mundo afectivo pode ser fantástico...

Ou: COMO O MUNDO É PERVERSO!!!!


"A maldição de um acto perverso está justamente em que ele, por sua vez procriando, dê à luz a perversidade "

Schiller, Friedrich

domingo, novembro 05, 2006

Cubos de cimento maquilhados
Tantas coisas discordantes
Stop ao sólido
O odioso vem-nos do Homem



O vento acusa-se de negligência.


quinta-feira, novembro 02, 2006

Jackson Pollock


A curiosidade fica desperta para a compreensão duma pintura que à priori não é de acesso imediato








NOTA: (a "inspiração" veio-me de um comentário da Teresa Durães)

terça-feira, outubro 31, 2006


(fotografia de Filipa Mateus)






Nada nos pertence

Nem as nossas mãos nos pertencem
Ou apenas as nossas mãos nos pertencem


Onde estão as minhas mãos?

domingo, outubro 29, 2006

Atitudes




(outra obra da herdeira)
Político o meu poema
que me ouve distante
afaga a lembrança e o peito
mas eu quero olhos brilhantes como diamante lapidado
a brilhar
junto a atititudes que sejam confiantes e confiáveis


Quero jorrar-te
a virtude
de apenas SER
só SER
E de poder cair no político
Vivência, ilusão, esquecimento e franqueza

quinta-feira, outubro 26, 2006

A controvérsia da concepção e da vida








"Se um óvulo fecundado não é por si só um ser humano, ele não poderia tornar-se um, pois nada é acrescentado a ele."

Jérome Lejeune

segunda-feira, outubro 23, 2006

Meu canto


Pintura de Dominguez ALVAREZ (1906-1942)



Ouvir silencioso o som cortante



E não dizer nada a ninguém, nem à vaidade
de traduzir cheio de saudades e ternura
alguma lembrança cheia de prazer



E lançar-se de cheio no vazio do vácuo

domingo, outubro 15, 2006

POESIA












Notas soltas
sons
gritos
angústia
gotas
tristeza
saudade
alegria
desejo
tempo
espaço
amor
objectivo
anseio

escritos em lamento
liberdade de pensamento

sábado, outubro 07, 2006

Apoderei-me de mim


Subiste às alturas



segui-te com os olhos


e subtil



fiquei aqui em baixo

segunda-feira, outubro 02, 2006










(mais uma obra da herdeira)


SEMPRE É ASSIM
QUE TE VEJO
POR AQUI
MORDENDO
INAPELÁVEL
A TORRADA
DA TARDE
O LAMBIMENTO
DOS DEDOS
DOS DIAS
NAS TERNURAS
TENRAS
QUE ATIRAS


sexta-feira, setembro 29, 2006

minhas frases

O aproximar aproximado
próximo semelhante
que só sinto possível
nas minhas frases

domingo, setembro 24, 2006

buscando

A sabedoria de
não (nos) suprimirmos
(n)o outro
caminhar
nos olhos
quando ao lado

terça-feira, setembro 19, 2006

A nudez mais completa



uma área branca
sem uma árvore



um texto opaco

com frases apressadas nuas
com chuva sobre as pedras
sobre os poros


e o desejo do desejo e a sombra nua
palavras animais cor de relâmpago
frutos da sombra e do esplendor
solidárias lâmpadas no deserto


animais animais à chuva à sombra
abrem o espaço ao desejo ao espaço
palavras dilacerando outras palavras
tronco e lua suor e sempre
tecla tábua espuma pedra


vocábulos que desfiguram as imagens
palavras que só amam a figura
da nudez mais completa
do intacto



António Ramos Rosa

quinta-feira, setembro 14, 2006

sono e sonhos






Sonhar permite que cada um e todos de nós sejamos loucos, silenciosamente e com segurança, cada noite de nossas vidas.


William C. Dement, pesquisador de sono e sonhos

terça-feira, setembro 12, 2006

Inventar o tempo





Eu queria inventar o tempo.

Um tempo diferente.
Mas permaneço impotente.

O que é o tempo?

Contaram-me
que ela morreu no
espanto de existir vazio.


(Este blog, hoje, 11 de Setembro de 2006 (em rigor, deverei dizer ontem), faz um ano. Outros, superiormente marcantes acontecimentos, se assinalam neste dia. A vida parece um lascivo Carnaval. A Revolta? Inútil, inútil...)

sábado, setembro 09, 2006

(Ainda o cansaço...)

O que há em mim
é sobretudo cansaço
não disto, nem daquilo,
Cansaço. Assim mesmo. Ele mesmo.
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis
As paixões violentas por coisa nenhuma
Os amores por, o suposto, em alguém
Tudo isso
Isso e o que fazia neles eternamente
Tudo faz um cansaço
Este cansaço.....

segunda-feira, setembro 04, 2006

OS HOMENS DOBRAM SEUS SONHOS
EM SECRETAS GAVETAS,

LEVANTAM-SE.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Nasce o poema

No aparo da caneta
escorrem lágrimas de tinta
borrões de angústia
riscos de esperança
traços de amor
e nasce o poema

sábado, agosto 19, 2006

... de Pablo Neruda

Perdemos outra vez este crepúsculo.
Ninguém nos viu esta tarde de mãos dadas
Enquanto a noite azul caí­a sobre o mundo.

Vi da minha janela
a festa do poente nos morros distantes.

Às vezes como uma moeda
se acendia um pedaço de sol entre minhas mãos.

Eu te recordava com a alma encolhida
por essa tristeza que tu me conheces.

Então onde estavas?
Entre que gente?
Dizendo que palavras?
Porque é que o amor me vem assim de golpe
quando me sinto triste, e te sinto distante?

Caiu o livro que sempre se toma no crepúsculo,
e como um cão ferido tombou a meus pés minha capa.

Sempre, sempre te afastas pelas tardes
para onde o crepúsculo corre apagando estátuas.


Viente poemas de amor y una canción desesperada


sábado, agosto 12, 2006

Devagar


(mais uma obra da herdeira :) )



No meu coração,
pouco a pouco,
o sangue volta ao ritmo.

O chão está repleto de despojos.
Não ouso ainda abandonar o abrigo.

segunda-feira, agosto 07, 2006

...e













Mais

confirmo
que só vivendo sob
a ruína
da
paliçada
a
escrita
sai
depurada


Resta dizer
que lamento
se de algum modo a importunei

domingo, julho 30, 2006

Citação







(desenho feito pela minha filha. 9 anos recentes)



"Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te"
Nietzsche

Obrigada a todos os que que passam por aqui.



terça-feira, julho 25, 2006

Em redor...

Salas assépticas com armários pendurados nos tectos.
Domadores massacrados.
Regras sem jogo.
Almofadas com alfinetes espetados.

quarta-feira, julho 19, 2006

Insolente

País contraditório,
bárbaro,
mal decifrado,
mal civilizado.

Coisas absurdas,
mágicas,
quais putas na quaresma.

...

E na minha boca ainda os teus lábios frescos.

sábado, julho 15, 2006

Cocktail de amargura

(ou como me sinto hoje, e que pressinto, por motivos subjacentes sólidos, assentes em injustiça profunda na apreciação do mérito, me irei sentir durante longo tempo)

Nota: Escrito por Tito Humberto (eu não encontro melhores palavras)
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Num copo cheio de lágrimas
Adiciono muito suor gelado
junto o amargo do desespero
Com bastente sofrimento
Misturo até à exaustão
Sirvo com tristeza
Bebo de um trago
E acordo de um pesadelo...
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P.S. : não sou tão optimista quanto ao acordar.