quarta-feira, dezembro 06, 2006

Ausência

Num deserto sem água

Numa noite sem lua

Num país sem nome

Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero

Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.



Sophia de Mello Breyner Andresen

10 comentários:

Anónimo disse...

o desespero de quem espera pelo fim da ausência

Francis disse...

A Sophia tem na palavra o dom da magia.

Anónimo disse...

Meu Deus, que bom foi ler estas palavras.
Minha mãe faleceu no dia 28 do mês passado e é a ela que eu dirigo o meu pensamento.

Obrigada.

Anónimo disse...

Feliz aquele que tem alguém que sente a sua ausência.

Teresa Durães disse...

já não sinto uma coisa assim há muito tempo. É bom ou mau?

Anónimo disse...

pois, ausência...

segurademim disse...

ausência ... da Sophia

sempre tão bem dito com tão poucas palavras

beijo

Anónimo disse...

Exímia Sofia.
As ausências ditas e por dizer, se sentidas, doem demais. Temos de aprender a conviver com elas quando isso não se pode ultrapssar. Mas quando pode, é muito mais difícil.

naoseiquenome usar disse...

Terra:
os meus sentimentos pelaperda tão importante que sofreu!
São os ciclos da vida a cumprirem-se.
Custa-nos muito dizer, entender, mas enquanto não sedescobrir o elixir da vida (e aí eu, pessoalmente, quereria partir antes), a morte, não é anacrónica. À vezes é trágica para quem vai. Sempre ou quase, terrívelmente aniquiladora para quem fica.
Depois habituamo-nos.
Um dia teremos parido todos.

As ausências em vida, são, embora pareçam mais fúteis, mais difíceis de gerir.

Um grande beijo para si.

Anónimo disse...

Era uma vez uma ausência prolongada e muito presente. Não sabia o que fazer. A ausência também não.
EStamos ambos. agora, num hospital psiquiátrico.
Julgo que ela encontrou alguém presente.
Eu, talvez lá chegue também, se sair daqui.