quinta-feira, maio 11, 2006

O amor é triste. Para reflexao e comentários.

Com a devida autorização, reproduzo aqui o pensamento de uma pessoa de quem gosto muito, aliás exímio músico de uma banda de blues, quiçá das melhores em Portugal, que merece reconhecimento, de seu nome Charlie&BluesCats.

Porque o faço?
Se calhar porque já nem sei se vale a pena discordar dele.
Porque gostava de vos ler sobre o assunto.
Aqui vai:

"De facto o amor parece não ser mais do que a conjunção de uma série de factores: dinheiro, posição, inseguranças várias, carácter e personalidade, blá blá blá e acima de tudo PODER.

Poder executivo no estrito âmbito do pessoal, o poder de ter poder sobre outra pessoa.

Horrivel o amor, sentimento que propicia a auto-destruição, o ódio, a fraqueza, a perda da dignidade, a submissão, a desilusão, a depressão, a credulidade, o engano, a mistificação, o suicidio, a crueldade, a manipulação, a traição, a mentira e, em geral, quase tudo o que de pior a humanidade gerou.

O que queremos enquanto humanos é que nos amem, egoisticamente e nem queremos saber se é mesmo verdade, se fôr preciso compramos o dito cujo ou alguêm.

O amor é triste.
"

Por Carlos Pereira



8 comentários:

Francis disse...

O amor é triste? Nãoooo! Depende e formos ou não correspondidos.
Incontrolável, talvez...

Não consigo ficar chateado contigo, mesmo que tente :-)

Bisous, bisous!!!

Francis disse...

Errata: onde se lê "e" deve ler-se "se" :-)

Misty disse...

Concordaria com tudo o que o teu amigo disse se ele mudasse o substantivo para "apego"...do que ele fala ali não é de amor...

E o que tem de mal querermos ser amados? Desde que não confundamos amor com apego!


Beijos e bom fim de semana!

Anónimo disse...

Amor não tem nada a ver com codependência afectica, nem com compras, é muito, mas muito, mais que isso!!!!!
" Não chamem nomes ao Amor!!"

The Rocker

segurademim disse...

... pode ser triste, mas há o outro - o do outro lado! o da segurança, da complementaridade, do bem estar, do apoio, da alegria!!!!

o melhor é não nos fixarmos num amor triste... esse não enriquece nem sequer aquece!

beijo, bom fim-de-semana

blue kite disse...

Cheguei aqui vinda do blog da Singing by the River e cá estou eu a opinar.

Primeiro amor por nós mesmos e depois pelo outro. Que pode ser triste, mas o deve ser necessariamnete, enquanto caminho para um enriquecimento pessoal mútuo.

____________________________

Fizeram-nos acreditar que amor, mesmo amor para valer, só acontece uma vez,
geralmente antes dos 30 anos. Não nos contaram que o amor não é accionado,
nem chega com hora marcada.

Fizeram-nos acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a
vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já
nascemos inteiros, que ninguém merece carregar nas costas a responsabilidade
de completar o que nos falta: crescemos através de nós mesmos. Se estivermos
em boa companhia, é só mais agradável.

Fizeram-nos acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas
pensando igual, agindo da mesma forma, que era isso que funcionava. Não nos
contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com
personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram-nos acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora
devem ser reprimidos.

Fizeram-nos acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que
praticam pouco sexo são retrógrados, que os que praticam muito sexo não são
confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não
disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.

Fizeram-nos acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para
todos, e os que lhe escapam estão condenados à marginalidade. Não nos
contaram que estas fórmulas dão mau resultado, frustram as pessoas, são
alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não nos
contaram que ninguém nos vai contar isso tudo. Cada um vai ter que o
descobrir sozinho. E aí, quando estiveres muito apaixonado por ti mesmo vais
poder ser muito feliz e apaixonares-te, ou não, por alguém.

noiseformind disse...

Brm, miúda, por enviesamento profissional (e por ter passado o dia a beber caipirinhas) não acredito no amor. Existe a possibilidade diária de tratarmos e sermos tratados bem por alguém. à percentagem e intensidade de actos bons cometidos eu diria que há uma melhor ou pior, mais próxima ou mais afastada relação. Comprar pode-se comprar, sexo. Sexo bom? Nops, no way. Até pq o sexo bom em grande parte para ser apreciado como tal é retributivo e se alguém está a pagar para ter sexo sabe que não está a ser retribuido de nada, tão básico/simples como isto.

Pode-se comprar a atenção de alguém, a gradidão de algué, mas isso pelo tempo e sempre tendo por base a aquisição por troca? Não... não acredito. Existem comodismos vários, sou o primeiro a dizer ; )))))) muitas vezes há relações que estão muito mais para lá do que para cá e mantêm-se baseadas em hipocrisias medianas. A casa para pagar, o status social que se atingiu com a relação e, muito mais frequentemente e de forma piedosa... os filhos, sempre eles a levarem com a responsabilidade que lhes é atribuida para sossegar egos dos progenitores ; )))))

Pq amor, por definição para-social, é sermos tratados tão bem como tratámos outra pessoa. E se a outra pessoa para nos tratar bem tem de nos pagar as quecas que dámos com ela com carros então não devem ser assim grande quecas. Já a outra pessoa dar-me um carro pq a nossa relação é boa (E portanto as trocas acontecem mesmo com o carro a trocar de mãos) isso sim, faz sentido.

Mesmo o sexo pode ser pago por uma questão de gratidão. Lembro-me de fazer sexo durante uma semana com uma senhora de 60 e tal anos que me deu 50.000 dólares (e me recomendou a várias amigas dela). Mas lá está, o dinheiro fez a sua aparição já essa semana tinha passado, e foi integralmente devolvido (neste caso, sob a forma de uma doação a uma instituição de investigação para o cancro). O que é que a senhora comprou com o dinheiro? Comprou a sua visão daquela semana, a visão de que um jovem de 21 anos só podia fazer sexo com alguém como ela para obter aquela vantagem, uma forma de negar que aquilo que aconteceu deu-se pura e simplesmente pq ambos o quisemos.

Se bem que... se bem que... bom sexo dá em nós azo a uma grande generosidade, para mais quando resulta do esforço da outra pessoa. Lembro-me de uma miúda que uma vez passámos 5 horas a tentar dar-lhe cabo do hímen sem muita dor. Tipo... fiquei com a pele dos dedos lisa... e ela depois durante semanas trazia-me sempre flores e tratava de fazer os resumos das aulas a que eu n podia ir e vinhamos entregar. Tipo... foi giro. Acho que sempre que alguém faz qq de descomunal sexualmente de que não estámos À espera dá-se-nos para sermos generosos e retribuirmos. Ás vezes nem é surpreente numa forma absoluta, ás vezes é simplesmente uma surpresa a qualidade do sexo com que somos presenteados, imagino um tipo que se acha desinteressante mas que atribui o seu sucesso com mulheres ás coisas que lhe dá. Essa ligação mental pode fazer com que ele ache que a intensidade da relação pode estar indexada áquilo que ele dá materialmente. Por exemplo, ainda é prática corrente muitas mulheres portuguesas de classe média-alta jogarem certas práticas sexuais com os namorados não em termos de prazer mas em termos de "prendas". Quanto a mim penso que é uma forma de prostituição funcional, por exemplo. Outras pessoas dirão que faz todo o sentido ; ))))))))) que faz parte de um jogo erótico em que só o homem tem prazer. Mas lá está, se calhar só o homem tem prazer pq a mulher em vez de lhe exigir que pague essas práticas em prazer aceita cartão de crédito... mas isto são outras histórias que não são chamadas aqui para o comentário ; )))))))


blue kite,
Já agora refere os autores de direito daquilo que escreves ok? ; ))))))) no caso desse texto, John Lennon ; ))

susemad disse...

Apesar de estar a passar uma fase menos boa nesse campo afectivo, não acredito, nem quero crer, que o amor é triste!!!!

Sinceramente é dos melhores sentimentos que nós podemos vir a sentir!

Um abraço e cá estou novamente.