quinta-feira, dezembro 29, 2005

Iluminado

O que é belo em ti
mais que o que é,
é o que crias
e nessa esperança
sem razão
uma criança
eterna e louca
que guarda intacta
de mim
a Ilusão

Para ti, artista de segredos,
os desejos de que alguem sempre e justamente
te saiba merecer

nesse mais um ano de presente-futuro
onde o presente é já passado
e o futuro nasce da emoção que o presente nao chega para conter
- e só por isso, creio eu, deus vai ainda perdoando este nosso mundo.


(Estas palavras foram-me dirigidas pelo meu amigo Manuel Tomás. Mas confesso-vos que não encontraria outras melhores para expressar a todos o meu desejo de UM EXCELENTE ANO DE 2006!!! Por isso as quero partilhar convosco)

sexta-feira, dezembro 23, 2005

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Terapêutica de Natal

:)))
Indicação terapêutica: "Beber antes e depois das refeições".
In my name, in name of love: MERRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYY CRHISTAMAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAASSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, dezembro 18, 2005

CONTIGO




Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nu
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Hoje

Hoje está frio.
O sol cinzento de prata transformou-se em lua muito brilhante.
Paisagem, ou estranha canção dos contrários?

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Não sei como dizer...

... e penso que vou dizer algo cheio de razão,
mas quando a sombra cai da curva sôfrega
dos meus lábios, sinto que me faltam
um girassol, uma pedra, uma ave -qualquer coisa extraordinária!

domingo, dezembro 11, 2005

Essência do dia

As nuvens corrompem a escassa claridade do dia em que caminho,
um bosque me espera, onde todo o movimento se vitrificou no espanto íntimo de existir, abolidas já todas as distâncias
.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Encomendei um arco-íris


Sabes...
Falei hoje com o vento.
Pedi-lhe que me trouxesse um arco-íris,
De cada gota de chuva que caiu.
Que embrulhasse cada cor,
De cada viagem feita pelo mundo,
E que, com muito cuidado,
Depositasse em mim tal colorido.
Disse-lhe que não arrastasse histórias.
Não quero, nem castelos, nem dragões,
Nem reinos de nuvens de algodão.
Não tenho sono, nem quero adormecer
Cansei-me...
De finais felizes, da magia do luar,
Da noite que dá luz ao dia,
E de todas as formas de encantar.
Só quero que voem arco-íris,
Sentir em mim o seu pintar.
Que escorram dos meus céus,
Que embarquem no meu corpo,
E que me façam navegar.
Quero ouvir o que canta cada cor,
E mergulhar em doce melodia.
Quero sonhar...
Sonhar que lhe roubei cada pedaço
E que com ele colori a minha vida.
Nada mais que cor, apenas cor...
Pintar a minha história de encantar,
Onde a verdade não é, mais sonhada que sentida.
As duas mãos encostadas à janela,
A minha face voltada lá para o alto.
À espera de ver suave brisa,
Com um saco de luz escorrendo cor.
Lá dentro...tu e os arco-íris que pedi...

domingo, dezembro 04, 2005

Palavras de hoje

Hoje as palavras não chegam. Parecem amordaçadas no meu peito.
Hoje apetecia-me dizer tanta coisa, explicar tanta coisa que ficou por explicar...As palavras que ficaram penduradas no tecto do tempo...
Hoje apetecia-me pedir desculpas pelos (eventuais) erros dados, pelas mágoas que plantei em ti, os quais ficaram em mim, por pura impossibilidade fática e material, não poder reconhecê-los.
Mas hoje gostava de receber agradecimentos pelos sorrisos que provoquei nos lábios mais cerrados.
Hoje apeteciam-me os abraços que plantei, apeteciam-me os beijos que semeei.
Mas hoje, hoje não me saem as palavras. E cala-se a alma. Pouco a pouco. Devagarinho. Pé ante pé vai-se embora...
Quase sem fazer barulho vai-se calando a alma...
1 beijo azul ( mesmo hoje continuam a ser azuis os beijos…)

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Fingir que está tudo bem




(...) fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido
com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro
do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingir
que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde
os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas
não imaginam: são tão ridículas as pessoas, tão
desprezíveis: as pessoas falam e não imaginam: nós
olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver
sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de
medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto
dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes:
ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer:
amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um
oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga.(...)
in "a criança em ruinas"
José Luis Peixoto