segunda-feira, janeiro 22, 2007

Insónia - Resposta à Teresa, ao Francis e a moi-même

Lê-se no Compêndio de Psiquiatria, Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clínica, de Harold I. Kaplan, Benjamin J. Sadock e Jack A. Greeb, 7.ª Edição, Artes Médicas, pag.661, Tradução em Português do Brasil (Dayse Batista)

(não reproduzindo as tabelas)

"A insónia é a dificuldade para iniciar ou manter o sono. É a queixa mais comum, relativa ao sono. A insónia pode ser temporária ou persistente (...). Um breve período de insónia, está associado, na maioria das vezes, à ansiedade, seja como sequela de uma experiência de ansiedade ou em antecipação de uma experiência provocadora de ansiedade (por ex. um exame ou uma entrevista para obter emprego). Em algumas pessoas, a insónia transitória desta espécie, pode estar relacionada à reacção de tristeza, de perda, ou praticamente a qualquer mudança de vida. Esta condição tende a não ser séria, embora não se deva esquecer que um episódio psicótico ou uma depressão grave, podem, às vezes, começar com uma insónia aguda. O tratamento específico para esta condição geralmente é desnecessário. Quando o tratamento com hipnóticos é indicado, o médico e o paciente devem ter clara noção de que o tratamento é de curta duração e que alguns sintomas, incluindo uma breve recorrência da insónia, podem ser esperados ao interromper-se a medicação.
A insónia persistente representa um tipo bastante comum, sendo uma categoria não muito bem compreendida. O termo refere-se a um grupo de condições nas quais o problema é, mais frequentemente, uma dificuldade para adormecer e não tanto de permanecer dormindo, envolvendo dois problemas distintos, mas muitas vezes interligados: (1) tensão e ansiedade somatizadas e (2) uma resposta condicionada associada. Os pacientes frequentemente não têm outra queixa definida além da insónia. Eles podem não experimentar ansiedade per, se mas descarregam-na através de canais fisiológicos; podem queixar-se principalmente de sentimentos apreensivos ou pensamentos ruminativos que parecem impedi-los de adormecerem. Comumente, estes pacientes não experimentam medos ou receios específicos ao adormecerem. às vezes, mas nem sempre, o paciente descreve a condição como sendo exacerbada em períodos de estresse no trabalho ou em casa, aliviando durante as férias."

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Gostei particularmente da afirmação: A insónia persistente representa um tipo bastante comum, sendo uma categoria não muito bem compreendida. :) Sobretudo se a seguir, considerarmos que a privação do sono leva a uma desorganização do ego, a delírios, a alucinação.
Estudos com ratos mostraram que a privação do sono levam a perda de peso, lesões cutâneas, gasto de energia aumentado, temperatura corporal diminuída e morte.

Mas calma, nós não somos ratos!
(Só se fôr de biblioteca:) )

E é preferível a insónia à parassonia.
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Nota final para a Teresa:
Um fumador dorme menos que um não fumador.
A abstinência de nicotina pode causar sonolência ou excitação.

No pressuposto de que causará sonolência (esquecendo a excitação):
VAMOS DEIXAR DE FUMAR?

10 comentários:

Anónimo disse...

Não sofro de insónia então (finalmnte a grande resposta!!!!) obrigada!

Sou bipolar, fases de depressão e mania ou euforia (e se não estiver controlada, mas está, dá delírios). Mas mesmo controlada com os ditos medicamentos (que são por tentativa e erro (mais erro, enfim) não controlam a 100%. Assim tenho fases sem sono com um ritmo de trabalho enorme e fases onde o cérebro quase pára (depressão mas não as típicas).

Hoje em dia põe-se em causa se é uma doença ou um modo de ser (e enquanto os médicos pensam enxarcam-nos em medicamentos)

A causa são os neurotransmissores que ou comunicam de mais ou de menos (maneira simplista de ver).

Existem diversos tipos de bipolares. Os que têm mais fases de mania, ciclos rápidos, ultra-rápidos. e sei lá mais o quê.

já agora, são precisos alguns anos para detectar. na fase de mania a líbido fica muito activa. se o doente estiver diagnosticado como bipolar e engravidar pela lei pode praticar IVG. se não estiver diagnosticado não pode.

só para reflexão. como este caso há outros.

em fase de mania não controlada há discernimento.

Anónimo disse...

vamos deixar de fumar... vamos...

beijo
dia muito feliz!

Anónimo disse...

Apoiado. Boa semana

Anónimo disse...

Penso que não deve haver quase ninguem que não tenha sofrido uma insónia.
Sem utilizar termos tecnicos para descrever "insonia", mas descrever com palavras simples e que todos entendem( penso neste caso num qualquer individuo que se dirige ao médico de familia ou ja em fase mais preocupante ao psicologo ou ao psiquiatra e utiliza a sua linguagem corrente), insonia por mim identificada, é descrita pela vontade de dormir, deitar e na realidade não adormecer, ou adormecer facilmente, acordando duas ou tres horas depois e ficar acordada horas sem fim. E é aí que surge a ansiedade, vira para um lado , vira para o outro, o corpo doí e pensamos- mas o que fazer?! Todos dormem e eu aqui feita parva ás voltas.
Qual a causa?
Tantas, da mais simples contrariedade, ao exame proximo, á doença, a inveja, ao igoismo, ao ao desejo de..., á tarefa que ficou por cumprir ou que se avizinha.... e tantas outras.

Como trata-la?
Varias são as "mezinhas".
Se apetece alimentar essa insonia, é porque tenhos consciencia da causa e até nos agrada estar assim, em monologo mental. Se nos incomoda , levantar para ouvir um pouco de musica, beber um copo de leite morno ou um cha de camomila, ler algumas paginas dum livro, espreitar algum blog:) e porque não, se não estivermos sozinhos tocar o companheiro e pedir colo, fazer amor(ou sexo)( acredito que alguns se não muitos agradecem tais insonias:)))
...

Acredito tambem pela descrição que
vou ouvindo, existirem por aí falsas insónias, aquelas em que o individuo deitou cedo e após 6 horas de sono acorda e não mais consegue dormir, mas como ainda é madrugada fica irritado, ansioso e aí vai ele a correr ao medico, o bom medico lá receita um comprimidinho para tomar antes de deitar mas essa insonia vai permanecer, pois vai, ele só vai fazer efeito por 6 a 8 horas :))


Já decidi, eu não quero ser essa coisa de bipolar. Se se me aumenta a libido e saio por aí sem controlo, coitado de quem me aparecer pela frente, espero que seja sexo oposto, da mesma especie (neste caso especie humana) e que esteja no mesmo estado que eu ahahahaah ( desculpe Teresa Durães , mas achei tanta graça ao ler isto, que os musculos do riso e não são poucos, ja estão cansados de tanto trabalhar. Não se sinta ressabiada, foi mesmo bom eu rir aqui um pouco, abraço).

Anónimo disse...

terra, por quem sois!!! dei-lhe um exemplo! Posso dar outro.

nunca há-de sentir o extâse da vida como eu sinto! nem ter a inteligência que eu tenho ahahahah
nem a sensibilidade.

Não é uma questão de querer ou não. 1% da população é, dizem os estudos. Pode ser e não saber.

Eu vivo o melhor e o pior desta vida. Mas vivo. Pelo menos sei que não sou um robot!!

Anónimo disse...

p.s para além de já ter visto muita gente no seu estado perfeitamente normal a correr atrás de alguém do sexo oposto mas neste caso chama-se carência afectiva

Anónimo disse...

Cara Teresa Durães, apenas brinquei um pouco, não consigo mas com alguns dos sintomas dos bipolares.

Não duvido que seja mais inteligente do que eu. Mas tambem não quero ser nem mais nem menos inteligente que qualquer outro. Sou SER individual e prentendo assim continuar (nada de mutantes a passear por aí).

Quanto a correr, não posso correr muito porque a minha asma não permite, mas quando corro, não corro atras do sexo oposto, corro frente a frente.

Teresa Durães, gostei que me respondesse e exatamente desta forma, não foi surpresa.
Reitero o abraço anterior.

Cara naoseiquenome usar, mais uma vez peço desculpa por meter nariz aqui no seu blog é de facto saudavel ler seus posts.
Bem haja.

Anónimo disse...

a minha resposta deve-se à sua brincandeira leviana. tão pouco sabendo com o que brinca.

www.admd.pt tem algumas respostas

dizem nos eua que 25% dos bipolares morrem por suicídio

Anónimo disse...

Teresa Durães, peço-lhe aqui publicamente desculpa se a magoei, não foi com essa intensao que o fiz. Brinquei de facto e repito brinquei. Onde está o sentido de humor! Será que temos de estar perante as diferenças nossas e dos outros com ar pesado? Seria hipocrita se assim me sentisse.
Já agora, como,sabe se sei ou não sei com o que brinco? Vive de perto, muito perto, a morte de dois grandes amigos com graves depressoes que desistiram e acabaram por se suicidar. E acredite ou não, não foi facil e ainda não o é. Mas aqui continuo a viver, a brincar, a amar a "sofrer".:))
Lamento tê-la ofendido, não mais acontecerá.

Dayse Batista disse...

Aqui fala a Dayse Batista, tradutora do DSM-IV que citaste aí :-)
Te descobri por acaso -- e adorei.
Vou te marcar nos meus favoritos pra voltar aqui.
Me visita?
Um grande abraço e bom sono :-)